O evento encerrou o mês de novembro proporcionando visibilidade e potência para a beleza da mulher negra, periférica, gorda e LGBTQIA+.
O Concurso aconteceu no Centro de Cultura da Câmara de Salvador, onde apresentou quatro belas performances, onde as modelos interpretaram a música Evapora, da cantora Iza.
O desfile iniciou com o Traje Moda Praia e em seguida o Traje de Gala. Por último, todas se reuniram no palco para serem observadas uma última vez, antes do anúncio do resultado.
Segundo o Produtor do Concurso, Paulo Arcanjo: “ o evento veio para a reflexão e diálogos sobre as Plus Size, mulheres gordas da Bahia sua verdadeira realidade. Minha ideia não é trabalhar moda, é trazer a representatividade para as “Mulheres Gordas”.
O Concurso levou modelos reais às passarelas, e o 1° lugar foi da Daniela Borges, 37 anos do bairro Nordeste de Amaralina.
Em seu discurso a vencedora do concurso, Daniela Borges disse: “vamos mostrar que nós somos capazes de tudo. Nada, nem ninguém, pode impedir nossos sonhos. Sempre seremos resistência”.
O 2° lugar ficou com a Larissa Almeida, 24 anos, de São Tome de Paripe, soteropolitana retada, Cozinheira, Ambulante, Candomblecista e Lésbica.
“Eu penso que devemos nos colocar no lugar do outro sempre, não somos melhores que ninguém, temos nossos defeitos e qualidades, que nos fazem únicos, então eu não concordo com que pratica a gordofobia”. Afirmou, Larissa.
O 3° lugar ficou com a Laudicéia Santos, 37 anos, do Jardim Nova Esperança que sempre teve o sonho de ser modelo, mas admitiu que só conseguiu dar o passo inicial porque queria ser uma referência para a sua filha.
“Como mulher negra sempre passei por preconceito e minha filha também, então eu pensei: eu posso melhorar isso. Eu vou para a passarela para ela me ver lá e saber que ela também pode. Hoje eu estou aqui por causa dela”, relatou a modelo.
A Fundadora e Coordenadora do Movimento Vai Ter Gorda – Ba, e também apoiadora e parceira do Concurso, Adriana Santos, finalizou essa matéria, assegurando: “considero de grande impacto o apoio a eventos de protagonismo das mulheres gordas. Principalmente, onde tivemos no pódio três mulheres gordas, negras, sendo uma delas, lésbica, fechando o mês de combate ao racismo. É importante a representatividade de mulheres gordas e negras nos espaços de moda, concursos de beleza e em espaços de poder.
Precisamos dar mais visibilidade e apoio a eventos que valorizem a diversidade e as corporidades”.
Fotos: Hilo Daniel
Por: Tati Peltier – Colunista de Moda
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