Uma das minhas funções prediletas em meu trabalho é observar para compartilhar as tendências, as histórias e minhas percepções por trás delas! Das mais óbvias e urgentes às mais nichadas e alternativas. E tem uma que vem chamando minha atenção: a “OLD MONEY AESTHETIC”, ou seja, a estética do dinheiro velho, aquele look de herdeira, mas herdeira meeesmooo!
E do que se trata essa estética? Bom, tecnicamente o “old money” tem que ser old (velho) mesmo, nada de novos ricos, classe média alta, influenciadores e celebridades. A estética se aproxima de um estilo mais pra socialite low profile (discreta) dos anos 90 ou ainda mais vintage. Tá achando que o old money é de jovens aristocratas ou monarquistas? Não! É dinheiro de quem fez fortuna séculos atrás, mais precisamente na era da Revolução Industrial. Aquelas famílias à la Archibald, van der Woodsen, Waldorf, aquele povo que fundou Nova York, que tem ala em museu com nome próprio, galera que tem uma dinastia consagrada e exclusivérrima. Essa gente existe e está sendo reproduzida, copiada por aí!
Tá… mas qual a característica desse estilo? É milimetricamente low profile, a galera “old rich” se identifica no olhar e no look. Alfaiataria, roupas bem cortadas, clássicas. Do colar de pérolas ao conjuntinho de tweed. Do lenço de seda a camisa social. Elementos clássicos, com aspecto vintage, atemporal. Nada de logomania, marcas aparentes ou óbvias. Zero ostentação! As labels clássicas, discretas, mas de extrema qualidade dão o tom. Nomes como Brunello Cucinelli, Zegna, Armani, Ferragamo, The Row, Celine, ou até mesmo Ralph Lauren e seu lado mais pólo. Isso sem falas das marcas exclusivas e secretas que nem sabemos o nome e que produzem looks sob medida. Isso é o “Old Money”!
E Sabe quem chamou minha atenção, pois mudou seu estilo drasticamente, ainda que sutilmente? Kendall Jenner! Pode reparar, a outrora trendsetter fashionista (criadora de tendências), aos poucos começou a surgir com looks mais discretos, com um quê vintage, toque masculino, menos sexy e mais sofisticados, alá totalmente “old money”. Não sei qual é a mensagem ou o propósito por trás disso, mas vindo de quem vem, já que a Kendall sempre ditou moda, é perceptivo e muito significativo.
E, como tudo na moda é cíclico e cheio de opostos, afinal, estamos vivendo fortemente a era Y2K (estilo dos anos 2000) e também da logomania, looks modernosos, cheios de informação de moda e praticamente uma disputa digital de quem se veste mais e mais fashionista. Daí vem o estilo “old money”, se opondo ao “Y2K” e mostrando discrição, sofisticação, looks clássicos e menos fashion victim. Óbvio que tem espaço pra tudo, não precisa ter “old ou new money”!!! Rsss
A minha opinião pessoal sobre o estilo é dúbio, já que o mundo tá do jeito que tá: guerra, desigualdade social, pandemia, (que gerou mais desigualdade social) e aí veio uma tendência que de certa forma busca transmitir e escancarar tal desequilíbrio, deixa tudo mais complexo e sombrio. Mas, por outro lado, essa é uma estética que, no frigir dos ovos, se aproxima mais de uma sobriedade e discrição que talvez essa geração precise pra se descobrir mais, consumir menos e parar de ir no automático.
Mas Tati, é possível aderir ao Old Money sem gastar muito? Claro que sim! É pra isso e por isso que temos os Brechós e as Fast Fashions onde é super possível comprar peças clássicas, de qualidade e atemporais!
Obviamente é tudo sobre aspiração, bem como, sobre o escapismo de sonhar e fugir dessa realidade difícil, mas também é subversão, “não sou rico, mas estou me apropriando dessa estética porque eu tô afim”. Enfim, mil interpretações, e essa é a interessância da moda! E você, o que pensa sobre o tema, gosta dessa tendência? Deixe o seu comentário!
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