Os últimos anos tem nos revelado uma geração que parece viver numa realidade paradoxalmente surreal. Numa proporção alarmante, temos observado o quanto nossos jovens vem buscado nos jogos eletrônicos e nas práticas reiteradas de outros adolescentes, inspiração para sua convivência social, se é que podemos chamar isso de convivência. Onde será que estamos errando? Pais e professores indagam-se sem encontrar respostas para atitudes insanas daqueles que amam e viram crescer.
Será que estamos deixando que a tecnologia faça o papel da família e/ou da escola? Será que estamos permitindo que nossos filhos e alunos sejam orientados de forma desenfreada pelo mundo digital, deixando que os valores que podemos compartilhar com nossos jovens sejam substituídos pelas pesquisas do google e suas atitudes sejam inspiradas nas dos heróis e vilões digitais, nos ídolos teens do momento e de toda essa parafernália de falsos companheiros virtuais que os acompanham a todo tempo em seus modernos smatphones?
Em um passado não muito distante a escola era considerada a nossa segunda casa e a professora uma segunda mãe, hoje o que vemos nos noticiários são alunos e ex-alunos matando professores a facadas, como aconteceu recentemente em São Paulo e a tiros como nos Estados Unidos e, mais estarrecedor ainda é ouvir de um dos autores que esperava uma reação da polícia à sua injusta agressão, afirmando que “estava preparado para morrer”. Eles se sentem sim, em um jogo de vídeo-game, onde podem perder uma vida e ganhar outras, alguém tem dúvida disso? E assim, vão se dizimando, matando, morrendo, outros cometendo suicídio e nós, muitas vezes não percebemos o tamanho da carência afetiva que leva a alienação desses jovens que buscam no mundo digital a companhia perfeita, uma companhia fria sem sentimento, que os levam em muitos casos a caírem em depressão sob nossos olhos e, quando nos damos conta já é tarde demais.
Nenhum “Like”, é tão importante quanto um elogio, nenhum “comentário” é mais valioso que uma boa conversa, nenhuma “curtida” é tão calorosa quanto um abraço e nem milhões de seguidores irão substituir aqueles que são os verdadeiros amigos: a família.
Jotta Fonseca é Professor, Graduado em Direito, Licenciado em Letras, Controlador Geral da Câmara Municipal de São Francisco do Conde e Presidente da Academia de Letras de SFC.
Por: Jotta Fonseca
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