Nas costas da camisa, ao invés do nome dos atletas, os uniformes terão “marido da…”, ou “filho da…”, etc. Os atletas elegeram mulheres que, apesar de tão admiráveis quanto eles, são frequentemente reduzidas à “esposa de jogador”, ou à “mãe do atleta. (Foto: Flamengo/Divulgação)
Em alusão ao Dia Internacional da Mulher, celebrado neste domingo (8), o Clube de Regatas do Flamengo vai a campo no clássico contra o Botafogo de Futebol e Regatas, neste sábado (7), às 18h, pela Taça Rio, com a marca Ligue 180 estampada na manga da camisa do uniforme.
A iniciativa é uma parceria do rubro-negro com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, formalizada por meio de termo de cooperação, assinado a pedido do próprio clube carioca, que se propôs a ajudar na divulgação do o telefone responsável por receber denúncias de violações de direitos da mulher.
“O problema da violência contra a mulher não será resolvido apenas com políticas públicas. É necessário o envolvimento de toda a sociedade, inclusive dos clubes de futebol, que tem contato tão direto com as torcidas. Agradeço e parabenizo o Flamengo por entrar com a gente nessa luta”, afirma a ministra Damares Alves.
A Central de Atendimento à Mulher, administrada pela Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, é um serviço que recebe denúncias por meio de ligações gratuitas e confidenciais. O canal funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana.
Além do Brasil, o Ligue 180 recebe também ligações de 16 países: Argentina, Bélgica, Espanha, EUA, França, Guiana Francesa, Holanda, Inglaterra, Itália, Luxemburgo, Noruega, Paraguai, Portugal, Suíça, Uruguai e Venezuela.
Segundo o ouvidor nacional Fernando Pereira, o serviço é essencial para o enfrentamento à violência contra a mulher em âmbito nacional e internacional e a ampla divulgação do número pode ajudar na prevenção, como também pode fornecer informações sobre a rede de proteção disponível em cada cidade.
“Por isso parcerias como esta são tão valiosas. O Flamengo é um gigante, uma imensa vitrine para que o número chegue ao maior número possível de mulheres. Esperamos que isso contagie os demais clubes para que todos estejam realmente engajados nesta causa”, afirma.
Outras ações
Além da divulgação do Ligue 180, as mulheres que se sentirem assediadas, violentadas ou abusadas de alguma forma no estádio, terão agora acesso a um espaço exclusivo para acolhimento, com a ajuda de uma assistente social. Aquela que estiver dentro do estádio e quiser ser atendida deverá procurar um policial, um brigadista ou um segurança, que acompanhará a mesma até o local.
Antes do jogo, será respeitado um minuto de silêncio em homenagem às vítimas de feminicídio e agressão no Brasil. Atletas do time feminino de futebol irão assistir à partida em um dos camarotes do estádio e no intervalo irão entrar em campo para apresentar o novo uniforme da equipe.
Sete patrocinadores do clube farão ações surpresa no estádio, também no clássico contra o Botafogo. Haverá distribuição de brindes, faixas e kits, além de vídeo especial para a data, que será publicado também nas redes sociais do Flamengo.
“Precisamos que cada vez mais outros atores da sociedade se engajem, pois somadas às iniciativas de governos municipais, estaduais e federal, juntaremos um grande exército que vai dar um basta na violência nos lares brasileiros”, conclui a secretária Nacional de Políticas para Mulheres, Cristiane Britto.
Deixe seu comentário