Denúncias de intimidação a mulheres, relatos de atitudes homofóbicas, depredação de patrimônio público. A essas ações realizadas por foliões do bloco As Muquiranas, se soma a tentativa de invasão a um bar LGBTQIA+ na Carlos Gomes durante o primeiro dia de desfile do grupo, no sábado de Carnaval (24).
O empresário Valécio Santos, dono do Cármen Lounge Bar, relatou ao Metro1 que, durante a passagem do bloco no percurso Campo Grande/Avenida, parte dos foliões tentou entrar no estabelecimento aos gritos de “Uh, é Muquiranas”, enquanto pulavam e sacudiam a porta. “Foi assustador. Só pensava ‘meu deus, se esses homens entram aqui’… Tinha uma transformista toda montada no bar. Fiquei com medo de tentarem fazer algo com ela”, afirmou Valécio.
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No momento da tentativa de invasão, o bar, que se preparava para realizar uma festa à fantasia, já estava recebendo alguns clientes. “Todo mundo ficou amedrontado na hora. Minha atitude foi só a de passar empurrando eles, que ficavam gritando para abrir a porta a qualquer custo”, disse o empresário.
Na terça-feira (21), o Cármen Lounge Bar não abriu durante a passagem do bloco. O dono teve receio de que tentassem, mais uma vez, entrar no lugar. Mesmo tendo esperado o final do desfile no nível superior do espaço, Valécio alegou que, ainda assim, o bar foi alvo dos foliões. “A parte de cima do prédio, que é aberta, ficou completamente alagada. Eles viram a nossa presença, viram uma pessoa que estava montada ao meu lado e começaram a molhar [com pistola de água]. Eles jogavam no nosso olho, no rosto. Além de todo o machismo, tinha maldade, agressividade.”
Outro caso de assédio:
Uma foliã foi agredida e assediada durante o desfile do tradicional bloco As Muquiranas, em Salvador, na terça-feira (21). A vítima, presa em uma roda, foi empurrada diversas vezes e atingida por jatos de água. O momento foi divulgado pela deputada estadual Olivia Santana (PCdoB). A mulher só consegue sair do local quando agentes da GCM (Guarda Civil Municipal) a acodem.
Mulheres na luta contra o bloco:
Taiana Leal, esportista, defensora dos menores, mulheres e idosos, afirmou que é um absurdo o que estes vândalos estão fazendo com as mulheres, espancando, humilhando e constrangendo-as, tudo isso publicamente.
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Em nota à imprensa sobre as denúncias, o bloco As Muquiranas declarou que “é contra qualquer tipo de violência, preconceito e assédio e lamenta qualquer atitude que evidencie essas práticas”. A organização se colocou à disposição para entregar os dados que possuem de foliões ao poder público para identificação e tomada de providências cabíveis. No entanto, alega não poder controlar o comportamento de pessoas que cometem assédio ou quaisquer outros crimes e pede para que os casos sejam julgados individualmente, sem relação com o bloco.
Com informações do Metro1 e Uol.
Foto de Capa: Correio24h
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