O Governador da Bahia tem dado grande atenção aos municípios do estado no que se refere à questão da segurança pública.
O Coronel Antônio Reis, Sub-Comandante Geral da Polícia Militar da Bahia, ao lado do Comandante-Geral, Coronel Anselmo Brandão, dividem árdua tarefa no combate à violência, tornando-se os principais nomes da segurança do estado. Em conjunto os comandantes lutam para manter a ordem e segurança pública.
O Bahia Notícia, através do seu editor chefe, José Ferreira Junior Robocop, entrevistou o Coronel Antônio Reis. A autoridade respondeu questionamentos sobre a polêmica morte do artista plástico Arnaldo Filho, segurança pública no Estado, entre outros assuntos. Confira na íntegra!
BN: Bahia Notícia, com exclusividade, entrevista o sub Comandante geral da Polícia Militar na Bahia, o Coronel Antonio Reis. Coronel, muito obrigado pela oportunidade da entrevista, é uma honra muito grande o Bahia Notícia estar entrevistando uma ilustre figura da força militar como o senhor.
Coronel Reis: A honra é nossa de conversar com os leitores desse importante e conceituado meio de comunicação (BN), a gente sabe do conceito que o nobre jornalista, Junior Robocop e nosso amigo tem pelo estado, da importância que tem para a sociedade de Candeias, região da Bahia aqui e estamos ai a disposição. Momento meio conturbado, a gente sabe disso, mas a PM está aí preparada e agindo como tem que agir, protegendo cidadão e preservando assim.
BN: Apesar do momento que você citou ser conturbado e polêmico como acabou de falar, mas também tem um lado bom, que é o governo do Estado através da Polícia Militar está entregando dezenas de viaturas para os municípios baianos. Isso é para reforçar a segurança dos Municípios do Estado?
Coronel Reis: É claro, o Governo do Estado ele sempre tem uma dedicação exclusiva para a Polícia Militar, é muito preocupada com a questão da segurança pública, então essa é uma ação a mais, não só não foi à primeira, nem vai ser a última, de mais uma entrega de viaturas com eles conseguiram atingir mais municípios baianos. Hoje nós temos ao todo em cada município da Bahia nós temos hoje policiais e viaturas, não tem mais nenhum policiamento na Bahia que era assim antes dessa gestão, mas qualquer um hoje tem pelo menos oito policiais e pelo menos uma viatura.
BN: A polêmica momento é a morte do artista plástico Candeiense, Arnaldo Filho, conhecido como Nadinho que repercutiu no Brasil inteiro, foi causado por uma fatalidade por parte da Polícia Militar. Na opinião do senhor, o que acha que aconteceu diante desse fato?
Coronel Reis: Olha, eu acho assim, a PM trabalha sempre em cima de momento de estresse, de momento de crise, e nesses casos novamente a gente se reserva a tomar atitude de comando depois que esgota todas as apurações como garante o próprio Direito a qualquer cidadão, não é? Só se pode julgar alguém culpado depois de transitado em julgado.
Então assim, nós estamos nesse momento em que estou esperando fechar todos os momentos de investigação, todos os fatos investigatórios, para ir tomar nossa devida posição de comando, que é a posição se normalmente de punição, de atitude, para que cada um que cometeu o erro pague pelo seu próprio erro. E isso não é a primeira vez na corporação, a gente sabe que em um ambiente de 31 mil homens na ativa, nem todas as ações, saem como a gente deseja, protegendo o cidadão da melhor forma possível, mas sempre que houver um desvio de conduta, um erro funcional, as medidas necessárias serão tomadas pelo comando da Corporação.
BN: Coronel, eu sou suspeito de falar do comandante,Major Paulo Cezar da 10ª companhia de Candeias por ser homem de Deus, um homem importante, na visão do senhor, você acha que da forma de pacificador que vem gerando para o município violento como Candeias, isso é positivo para a PM e para o município?
Coronel Reis: Claro que eu acho que violência só gera violência, não é porque o ambiente ou a região tem a imagem de violência urbana ou o que seja, que a PM desse local tenha que ser violenta, a PM não pode ser violenta em hipótese alguma. A PM tem que ser técnica, então assim, para combater a violência nós usamos a força, o que é o uso da força? É você utilizar dos meios necessários para combater aquele momento de violência, aquele momento de crise, então a PM não pode ser violenta, a PM tem que saber usar a força, porque a força é de forma técnica e garantida pela Lei, então o Major Paulo Cezar é muito correto, foi escolhido a dedo pelo comando geral para vir a Candeias. Candeias é uma cidade que goza dentro do comando geral do próprio Coronel Anselmo, do melhor conceito, ele adora essa região de Candeias, adora a cidade de Candeias, então não ia botar aqui nenhum comandante que a gente achasse que não ia corresponder as expectativas. Então o Major é muito bom, corresponde às expectativas tranquilamente.
BN: Coronel, pra encerrar essa entrevista, os dez municípios mais violentos da Bahia, estatisticamente falando a nível entre os cem do estado, Candeias e Serrinha participam entre esses dez, qual atenção especial no qual a Polícia Militar está implantando para poder manter a ordem e garantir a segurança dos munícipes?
Coronel Reis: Primeiro a gente questiona esse ranking dos municípios mais violentos, porque o critério que a PM da Bahia usa para fazer a sua estatística não é o mesmo que o Rio usa que, Goiás usa que Minas Gerais usa, então é diferente. No Rio de Janeiro e São Paulo se você achar um corpo de madrugada na via pública morto por um tiro, ele não é computado como homicídio, é computado como crime não solucionado ou crime não identificado, mais ou menos assim. Para nós tudo é homicídio. Morreu alguém é homicídio, então é calculado, então o correto é esse, na minha cabeça é o correto, então nem sempre essa estatística é correta dentro do que ocorre como homicídio e como morte de cidadãos. Agora, eu acho assim, a posição da Polícia Militar é sempre a mesma em relação a qualquer índice de criminalidade que aumenta em alguma região, seja ele homicídio, seja ele roubo, a gente ataca por estatística, onde tem maior índice de estatística é onde a PM coloca mais efetivo, mais viatura e tenta pelo menos se não resolver 100%, melhorar a situação.
BN: Coronel, têm umas pessoas ignorantes que quando acontece um homicídio ou assalto no município ou um sequestro, culpam a Polícia e o Prefeito pela falta de segurança, mas esquece que diante de crise nacional, a falta de emprego hoje, a forma que os jovens têm de agir e entrar no mundo das drogas, acabam praticando crimes, isso não é culpa da Polícia, é culpa da sociedade na opinião do senhor?
Coronel Reis: A gente não pode culpar polícia por nenhum índice de criminalidade. Até porque assim, a polícia está lá para fazer o bem, proteger a pessoa, não para aumentar o crime, agora o que ocorre é assim, existe homicídio, crime contra pessoa, que não tem como PM nenhum coibir ou prevenir, porque, por exemplo, o marido mata sua esposa dentro de casa, como é que a PM vai interferir isso ai? Outro exemplo, o cara contrata um pistoleiro e faz crime de mando, está lá o cara quietinho, o outro passa, mata e foge. Então o que eu acho é que a educação é uma grande solução para todos os problemas, então a educação não é Político, não é da Polícia, educação é generalizada da sociedade como um todo. Acho que o Brasil ainda peca muito porque não imprime educação ao cidadão, não dá o foco necessário para isso, é que o cidadão para que consiga evoluir, não como pedreiro, doutor, etc, o cidadão precisa de educação para evoluir como ser humano. Qual a grande dificuldade? Isso só se consegue com a valorização, com os valores resgatados que estamos perdendo no dia-dia, então assim, temos que voltar a rever os valores cívicos, morais, rever a família que está destroçada, tudo isso entra na vara da educação, só se resolve a questão da segurança resolvendo com antecedência a educação.
BN: Quando um jovem da cidade, um cidadão de bem, é assassinado, o Direitos Humanos vai para cima buscando mais proteção ao indivíduo. Como o senhor avalia o Direitos Humanos a respeito de quando um policial é morto por um marginal e não tem tanta repercussão como quando é morto um civil da sociedade?
Coronel Reis: Toda vez que você vai trabalhar em cima de comportamento humano, de ação de cidadão, é uma coisa muito complicada.
O Direitos Humanos na sua essência é excelente, porque excelente? Pois ele defende o direito de cada cidadão, traça normas, regras, para defender o direito do cidadão. O preocupante é quando alguém que participa desse processo e começa a direcionar por uma questão pessoal ou profissional, fazendo acusações indevidas a um segmento de Polícia ou determinado segmento que for não tendo base legal, não tendo fundamentação, ai é complicado, pois ai passa de uma ferramenta para defender o cidadão a uma ferramenta para ser contra o próprio cidadão, mas em tese o Direitos Humanos é excelente! Agora não é como dizem “o Direitos Humanos defende o marginal e não defende o cidadão”, a questão não é não defender, a questão é defender os direitos humanos de todas as pessoas, inclusive do policial, porque o policial é humano como qualquer um. Como tem muitos segmentos o Direitos Humanos defende qualquer um, policial, marginal, qualquer um que tenha os seus direitos humanos feridos por alguém. É essa a função dos Direitos Humanos.
BN: Então não só no Direitos Humanos tem aqueles profissionais tido como “cânceres”, como também na Polícia Militar, em cada instituição tem os bons e tem os ruins que acabam prejudicando uma instituição de respeito?
Coronel Reis: Em qualquer lugar você vai achar os bons e os ruins, a grande alegria nossa e que eu acho que ainda vale a pena é que em qualquer das instituições sempre os bons superam os ruins, sempre os bons são maioria em relação aos ruins, é isso que nos faz viver e nos faz ter esperança nos seres humanos.
BN: A justiça sempre vence! Obrigado pela entrevista Coronel!
Coronel Reis: Obrigado a vocês e estamos à disposição lá no Comando.
Edição: Philippe Peltier ( Jornalista), Entrevista: Junior Robocop ( Editor Jornalista) e Fotos: Saionara Oliveira a Miss Candeias 2018.
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