Vendedores ambulantes, que trabalham comercializando frutas e verduras na BR-324, altura do KM 526, no sentido Feira de Santana – Salvador, foram notificados pela ViaBahia Concessionária de Rodovias S.A, para desocuparem as margens da rodovia.
O vendedor José Carlos Barboza Venas foi notificado com um mandado de reintegração de posse e citação. No documento, diz que caso as mercadorias não sejam retiradas dentro do prazo de 30 dias, o uso da força policial será utilizado.
Ao Acorda Cidade, ele informou que trabalha no mesmo local há 40 anos, e já imagina o que fazer, caso não seja mais possível montar a banca de frutas e verduras.
“Quem trouxe essa documentação foi a Polícia Rodoviária Federal, a pedido da ViaBahia. Deram um prazo de 30 dias para retirar toda a barraca e ficou por isso mesmo. Aqui eu vendo todo tipo de fruta, como manga, tangerina, tenho também batata, aipim, são 40 anos trabalhando aqui. Hoje eu tenho 57 anos e meu ramo sempre foi esse. É o nosso ganha pão e saindo daqui, eu não sei o que vou fazer da minha vida. Se a gente puder apenas recuar, a gente faz isso, mas eles precisam nos dar uma posição também, mandaram tirar e pronto, então não sei mais o que fazer”, lamentou.
Ana Cláudia dos Santos também trabalha na região. Segundo ela, o trabalho com a venda de frutas é a única fonte de renda para toda a casa.
“Eu vendo frutas aqui desde muito nova, meu pai não tem estudo, nunca estudou na vida, e dessa forma fica difícil para ele encontrar um emprego. Eu ajudo tanto ele, quanto minha mãe, nós dependemos disso para sobreviver, todos os dias nós estamos aqui”, contou.
Trabalhando há cerca de 45 anos no mesmo local, Jamile Rodrigues também contou à reportagem do Acorda Cidade que foi pega de surpresa.
“Aqui é passado de pai, mãe, para filho. Já são mais de 45 anos trabalhando aqui, e agora a ViaBahia chegou com essa ordem, dizendo que é para desocupar, mas eles nem chegaram a conversar com o pessoal aqui, não fizeram nenhuma reunião, não deu nenhuma justificativa. Nós não podemos sair daqui com uma mão na frente e outra atrás. Aqui tem pai de família, mãe de família, não somos cachorros para ter um tratamento como este”, concluiu.
Com informações e fotos do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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