Na quarta-feira (11/04) o Conselho Federal de Medicina (CFM) proibiu a prescrição de esteroides androgênicos e anabolizantes com finalidade estética, ganho de massa muscular e melhora do desempenho esportivo, por meio da Resolução CFM nº 2.333/23. Esta medida é alvo de discussão entre profissionais de saúde e a população. E o médico fundador do Núcleo GA, Gabriel Almeida, se demonstrou contrário à determinação do Conselho. Segundo ele, essa medida é uma forma de restringir a liberdade dos profissionais da saúde.
“É censura médica; fiz seis anos de faculdade, residência médica, e agora por decisões arbitrárias vão interferir na minha prescrição? E não é questão de estética. Para o indivíduo se locomover melhor ele precisa de massa muscular, para pessoas acometidas por várias patologias, como a síndrome sarcopênica, elas se beneficiam com a reposição hormonal. E, na minha opinião, se uma pessoa está incomodada com o corpo, não está conseguindo dormir, não está conseguindo se olhar no espelho, qual o problema? E se não pode por estética, então por que tem cirurgia plástica, que você coloca o indivíduo muitas vezes por oito horas em cirurgia, com cânula para todo lado, prótese e já é liberado?”, questionou o médico que também é escritor e palestrante.
Sobre os benefícios do uso de androgênicos e anabolizantes voltado para a hipertrofia, ganho de massa muscular, o especialista ainda explicou: “falo com embasamento de artigos científicos, o músculo não é uma questão de estética, ele é um grande órgão endócrino, e existem várias evidências dos benefícios de substâncias produzidas pelo músculo na nossa saúde, sobretudo para a manutenção do peso. Tanto é importante para a perda de massa muscular, que à medida em que envelhecemos ocorre uma patologia chamada sarcopenia, e os obesos, que também estão perdendo massa muscular, têm a chamada obesidade sarcopênica, assim este indivíduo não vai conseguir manter o peso e estará fadado ao efeito sanfona. Quanto mais massa você perde, menos chance de você manter o peso”, argumentou Gabriel Almeida em oposição à decisão do CFM.
A decisão do CFM foi embasada no aumento do número de casos de complicações pelo uso indevido de hormônios, além da disseminação de conteúdos publicados em redes sociais que promovem o uso das substâncias de forma indiscriminada. Esta decisão tem gerado grande preocupação entre os profissionais da saúde, já que muitos deles utilizavam o medicamento para o tratamento de doenças relacionadas à perda de massa muscular.
“Eu torço e acredito na reversão dessa decisão do CFM. Muitas pessoas podem sofrer com a falta de cuidado médico especializado no controle da perda da massa muscular. Assim como todos os profissionais sérios e comprometidos com o nosso ofício, sigo as determinações do Conselho Federal de Medicina. No entanto, lamento profundamente essa decisão”, disse o Dr. Gabriel Almeida.
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