Policiais Civis de Feira de Santana conduziram até o Complexo de Delegacias, no bairro Sobradinho, na manhã desta sexta-feira (22), um jovem estudante de medicina que estava atendendo pacientes em um hospital particular com o número do Conselho Regional de Medicina (CMR) de outro profissional.
O caso já estava sendo investigado pela 1ª Coordenadoria da Polícia Civil, após uma denúncia, e durante uma operação, o exercício ilegal da profissão foi confirmado.
Em entrevista ao Acorda Cidade, o vereador e presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Feira de Santana, Emerson Minho (DC), informou que a denúncia chegou através de pacientes.
Por se tratar de uma denúncia grave, o vereador explicou que a situação foi passada à Delegacia, para que os investigadores pudessem confirmar o caso.
“Isso tudo começou através de uma denúncia que chegou até a nossa Comissão de Saúde, e a comissão tem o poder de investigar, mas preferimos passar para um órgão mais competente que é o caso da Polícia Civil, para que pudessem acompanhar este caso. No dia de hoje, teve essa operação e nós fomos acompanhar o caso e realmente foi confirmado tudo que tinha sido relatado na denúncia: um médico se passando por outro. Os investigadores trouxeram ele aqui para o Complexo para que seja ouvido”, explicou.
Ainda segundo o vereador, uma das pacientes que realizou a denúncia percebeu que na primeira consulta o médico aparentava ter uma idade mais avançada e, no retorno, se deparou com outro jovem, com o mesmo nome.
“Algumas pessoas estão dizendo que ele já estudou medicina, mas eu ainda não sei se realmente ele está estudando. Se realmente ele é médico ou não. Uma senhora estranhou ser atendida por ele, porque na primeira consulta, o médico era um senhor mais velho e, na segunda vez, já era um jovem, porém com o mesmo nome. Graças a Deus, os policiais conseguiram tirar de circulação este homem, mas infelizmente é uma situação triste para a cidade de Feira de Santana”, concluiu.
Um dos pacientes atendidos pelo estudante de medicina foi ouvido pela Polícia Civil no Complexo de Delegacias. Ele não quis ser identificado, mas afirmou ao Acorda Cidade que achou estranho o curto tempo de atendido na unidade.
“No dia que eu fui atendido, foi jogo rápido, até fiquei impressionado porque sempre demora, mas desta vez foi bem rápido. Essa foi a primeira vez que eu fui atendido, porque estava sentindo dores nas pernas por conta de uma queda”, disse.
Em entrevista ao Acorda Cidade, o delegado Alisson Carvalho, titular da 2º Delegacia Territorial, explicou que o estudante será autuado pelo crime de exercício ilegal da medicina, além do crime de falsidade ideológica.
“Toda investigação iniciou através da denúncia que chegou até a Comissão de Saúde da Câmara Municipal, através do vereador Emerson Minho, estivemos hoje nessa operação e conseguimos identificar a pessoa. Ele será enquadrado pelo exercício ilegal da medicina, compensa de seis meses até dois anos. Por ter assinado prontuários com pedidos de exames, passando medicações, ele também será autuado pelo crime de falsidade ideológica de documento público, uma vez que ele estava atendendo pelo SUS e esta pena, é de um até cinco anos”, disse.
Ainda segundo o delegado Alisson Carvalho, as investigações serão aprofundadas para verificar a responsabilidade do hospital neste caso.
“Nós iremos aprofundar as investigações deste caso, para que possamos chegar ao ponto dessa responsabilidade e da pessoa jurídica, além de tudo, estamos verificando a situação da pessoa que forneceu o carimbo para ele. Uma vez que foi identificado vários receituários ao lado dele, vários pedidos de exames foram encontrados, além de receituários dos medicamentos, assinando acima do carimbo”, concluiu.
Via: Acorda Cidade
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