Especialistas comparam governos Lula e Bolsonaro.
Antes, o governo Bolsonaro não tinha adversário de peso na disputa para 2022 ao achar que politicamente o ex-presidente Lula estaria morto, com a decisão do Supremo as pesquisas mostra a queda do governo atual e a expectativas é que Bolsonaro irá rever as baboseiras proferidas desde início do mandato e até mesmo a questão em respeito a atual Covid-19.
Em seu discurso após ter as condenações no âmbito da Lava-Jato anulas, o ex-presidente Lula criticou a política econômica do governo Bolsonaro e fez comparações entre ele e atual mandatário do país. O petista afirmou ser contra a dolarização dos preços dos combustíveis , ressaltou o aumento no valor da cesta básica e criticou a queda no Produto Interno Bruto (PIB) . O iG ouviu especialistas para comparar a política econômica dos dois governos.
Em críticas a Bolsonaro, Lula afirmou que o país “não tem governo e não cuida da economia”. O ex-presidente também rechaçou as privatizações que estão em pauta no Ministério da Economia.
“Esse país não tem governo. Esse país não cuida da economia. Não cuida do emprego, não cuida do salário, não cuida da saúde, não cuida do meio ambiente, não cuida da educação dos jovens, da meninada da periferia. Ou seja, do que eles cuidam?”, afirmou.
“Vocês já ouviram o Guedes falar em desenvolvimento econômico, geração de emprego, distribuição de renda? É só vender, vender. O que vai fazer nossa dívida diminuir em relação ao PIB é desenvolvimento econômico”, concluiu o petista.
Lula criticou as ações da Lava-Jato e afirmou que a operação causou a redução de 4,4 milhões de empregos e prejuízo econômico de R$ 172 bilhões, baseado em pesquisa Dieese-CUT.
Por conta da Lava Jato, o Brasil deixou de receber, em investimento, R$172 bilhões. E a destruição que ela fez na corrente geradora de emprego do Brasil, provocou a perda de 4.400.000 de empregados”, ressaltou.
O professor de economia do Ibmec-SP, Paulo José de Azevedo, afirma que a situação nos últimos 10 anos mudou e que o ex-presidente não deve responsabilizar seus sucessores para a crise atual.
“Nos governos Lula a economia mundial era muito favorável e ele aproveitou esse momento. Nos últimos 10 anos a economia mundial estava pior e a Dilma estava no comando. Não dá para atribuir a culpa no Temer e no Bolsonaro somente”, afirma.
Azevedo explica que a crise foi provocada por erro na política econômica durante o governo Dilma Rousseff. No entanto, acredita que Bolsonaro também pode ser responsabilizado pelos problemas econômicos atuais.
“O Bolsonaro tem uma parcela de culpa nisso. Ele tem um discurso que não tem certeza, ele muda muito de opinião. Ele tem uma visão liberal, mas ele intervém em diversos pontos, nos ministérios e estatais”, ressalta.
Preço dos combustíveis
O ex-presidente Lula afirmou ser contra a dolarização do preço nos combustíveis, ou seja, o aumento nos valores depende dos reajustes no barril do petróleo no mercado internacional. Ele ressaltou a produção de petróleo no Brasil e ressaltou não haver necessidade de comprar o produto de outros países, como Estados Unidos.
“Não é possível permitir que o preço do combustível brasileiro tenha que seguir o preço internacional, se nós não somos importador de petróleo. O Brasil é exportador, se nós produzimos a matéria-prima aqui, se nós retiramos do fundo do mar, se nós conseguimos refinar aqui, nós produzimos gasolina de avião, nós produzimos diesel, e nós produzimos na qualidade que produz a União Europeia”, disse.
Na época, o valor do etanol nas bombas dos combustíveis era de R$ 1,48, enquanto a gasolina custava R$ 2,52 e o diesel R$ 1,93. Em 2019, o valor dos produtos variavam entre 3,15 e R$ 4,55.
O especialista em agronegócio, José Carlos de Lima Júnior, afirma que a mudança nessa política neste momento poderá causar prejuízos econômicos ao país. Lima Júnior remeteu as atitudes de Dilma Rousseff nas contas de energia para comparar as interferências nos preços.
Fonte: Economia – IG
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