A Venda da RLAM. Lamentar sim, se calar jamais.
Por: Jotta Fonseca
Tal como triste fica uma mãe ao perder seu filho primogênito, a nação também chora ao perder a Refinaria Landulpho Alves no município de São Francisco do Conde, primeira construída no Brasil.
Antes mesmo da criação da PETROBRÁS, na esteira da descoberta do Petróleo no recôncavo baiano era fundada a RLAM no ano de 1950. Começava ali uma nova era de desenvolvimento econômico, social e cultural para toda a região. O empreendimento absorveu um enorme número de trabalhadores remanescentes sobretudo das atividades pesqueira e agrícola, uma vez que, o recôncavo tinha na cultura da cana de açúcar a sua principal atividade econômica seguido da pesca, que garantia a subsistência de um povo nobre pela sua história de resistência ao julgo europeu nas batalhas pela nossa independência.
Hoje, a história se repete, mas não com o final que qualquer apaixonado por este chão gostaria, ao vermos sucumbir tão valioso patrimônio ao capital estrangeiro.
Perder a Refinaria não significa apenas ver subtraída uma unidade de refino, em que pese a sua magnitude, mas muito mais que isso, é ver arrancada como de assalto uma importante página que conta também a trajetória do crescimento de núcleos urbanos, da formação de profissionais por ocasião das demandas criadas, da ascensão de famílias que criaram os seus filhos… tudo em função do ouro negro que brotava do nosso subsolo e que era processado em Mataripe garantindo o progresso.
Como nos faz falta um Brasileiro com o espírito nacionalista do Getúlio Vargas, que defendeu com mão de ferro o controle majoritário da recém criada Petrobrás a União, tempos áureos onde “O Petróleo e(ra) Nosso”. Lutar para garantir então para nós o que é nosso, pode parecer utopia diante do quadro politico que vivemos, mas aceitar calados, só aumenta a tristeza de quem vê algo muito seu partir como de susto e sem dizer Adeus.
Jotta Fonseca é escritor, formado em Direito, Graduando em letras, pós graduado em Gestão Pública e titular da cadeira de número 14 da Academia de Letras de São Francisco do Conde.
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