No último sábado (1º), Serrinha teve mais uma uma noite de grande emoção e alegria, um público de faixa etária diversificada, lotou pela segunda vez o Centro Juvenil Santo Alessandro, para conferir de perto as apresentações da Companhia de Teatro Serrinha Peltier com o espetáculo “Uma noite com a COTESP”.
O Editor Jornalista do Bahia Notícia, Junior Robocop, participou do evento e entrevistou os responsáveis pelo resgate da cultura teatral em Serrinha:
Bahia Notícia: Entrevistamos agora Alex Gama, o popular e famoso stand up comedy da Bahia! Alex, hoje aqui pude participar de um grande evento realizado pela sua companhia chamada COTESP, que significa Companhia de Teatro Serrinha Peltier, Peltier que é justamente é da família de um dos membros da equipe do Bahia Notícia, o nosso jornalista Philippe Peltier, depois você vai falar um pouco sobre Fernando Peltier, a princípio agora vamos falar um pouco desse extraordinário trabalho que você realizou na noite em Serrinha, o segundo evento. Eu voltaria todos os dias se fosse possível, fale um pouco da sua companhia.
Alex Gama: Bem, a companhia que está completando 3 anos, né? a gente vem com intuito de fortalecer esse movimento teatral aqui em Serrinha que está arcaico. E aí a gente chegou para tentar fazer esse diferencial, a gente vem com proposta de trazer coisas da atualidade para cima do palco e esse tem sido a nossa sacada para atrair o público, tanto que na primeira e na segunda a gente conseguiu lotar o centro juvenil aqui em Serrinha.
Bahia Notícia: Alex, pelo que eu pude presenciar você tem uma equipe que é perfeita de jovens adolescentes do município. Você resgatou a cultura que tinha ficado no passado e hoje você trouxe à tona aqui em Serrinha. Eu quero saber de cada membro da sua equipe. O que é que representa hoje Uma Noite com a COTESP?
COTESP: Marina: Para mim a noite com a COTESP representa na verdade como se fosse uma segunda família para todos nós, então nós somos muito próximos e isso ajuda muito, não só aqui no palco, mas nas nossas vidas e ajuda a gente ser mais extrovertido e etc. E a noite de apresentação também ajuda a gente muito a perceber como cativar o público, presença de palco e essas coisas.
COTESP: Ana Clara: Faz a gente evoluir como pessoa por que ajuda a gente em inúmeras coisas como perder a timidez, ter mais presença de palco e a noite é o evento para mostrar para Serrinha um pouco porque a gente quer passar para ver se as pessoas começam a gostar mais da Cultura em si.
COTESP: Wellington Fernando: Para mim é uma segunda família, passei por problemas e eles que me ajudaram, então aqui dentro é um grupo e uma família que todo mundo se une a todo momento quando se precisa. A noite com a COTESP para todos nós significa algo grandioso, porque quando a gente pode passar para todo mundo de Serrinha o que a gente ensaia diariamente, todos os sábados e trazer um algo que Serrinha não tem, é muito difícil, muito raro você ver Teatro em Serrinha, então está trazendo cultura e passando para Serrinha o que a gente quer transmitir trazer mais jovens para esse meio do teatro.
COTESP: Gustavo: É a primeira vez que eu participo da noite, que eu sou novato no grupo. Eu gostei muito porque ela é muito engraçada, eu sou muito engraçado.
COTESP: Diego Santiago: Eu estou no grupo tem um mês mais ou menos e eu participei dos espetáculos e conseguir apresentar, para mim representa muito, desde quando eu cheguei fui muito bem acolhido e realmente para mim é uma segunda família e nosso intuito é representar a cultura para Serrinha, para mostrar que teatro não é simplesmente aqui o pessoal só pensa: ” é uma apresentação e só”, não, é muito mais! Eu convido todo mundo a vir porque é uma coisa excepcional!
COTESP: Larissa: Como todo mundo falou vou resumir, significa paixão e família, também sou novata e quando eu cheguei como o Diego falou, eu fui muito acolhida e recebida por todos aqui, não tem competição, todo mundo é família e é isso que mais me cativa.
COTESP: Júlia: Estou na COTESP não tem muito tempo também, mas para mim é uma família.E tenho vontade de fazer arte cênicas, mas eu tenho a plena consciência de que isso não é uma coisa garantida. É como a gente disse o teatro ajuda muito nosso desenvolvimento, tanto no colégio quanto para se soltar mais, essas coisas e ajuda muito nossa vida, por exemplo, a gente tem pessoas aqui que eram muito tímidas, muito muito muito tímidas e hoje são mais extrovertidos. Pessoas também que tava passando por problemas e o teatro e Alex conseguiu ajudar.
COTESP: Ana Clara: As coisas que aprendi aqui eu vou levar para minha vida toda, isso vai ajudar minha carreira profissional futuramente.
COTESP: Diego Santiago: Eu também não pretendo seguir a carreira de ator, mas o teatro me ajuda muito tanto na minha auto-confiança como ser mais extrovertido.
COTESP: Wellington: Quero seguir a carreira de ator, quero me engajar no meio, no stand up também, quero entrar nesse meio, sei que é um meio muito difícil, mas como você falou quem sonha consegue alcançar!
COTESP – Larissa: Desde pequena sonho com isso e é sempre bom, ainda mais com Alex e sim eu pretendo sim seguir na carreira, é uma coisa que veio desde pequena e muito bom!
COTESP: Julio Nogueira: para mim independentemente da carreira que a gente for seguir, seja de ator ou outra profissão, o teatro vai afetar em qualquer uma delas, porque ele ajuda não só na questão de você entrar aqui no palco e atuar, mas na sua vida. Você fica mais disposto, você fala melhor, você tem uma melhor dicção, você tem uma melhor expressão independentemente da carreira de ator ou não, o teatro vai afetar na nossa vida de qualquer forma.
Bahia Notícia: Alex Gama, hoje você representou e levou o nome de uma pessoa importante do município que é o saudoso Fernando Peltier, é avô de um dos membros do jornal Bahia Notícia, Philippe Peltier, o que você a trazer para os leitores do Bahia Notícia, quem foi Fernando Peltier? Foi uma das figuras importantes do teatro do município?
Alex Gama: Fernando Peltier foi o último cara que trouxe esse movimento teatral aqui no município de Serrinha. Eu não conhecia, eu vim conhecer quando a gente formar um grupo, o ex-dono da escola de música Júnior Mascarenhas falou coloca o nome de Peltier, ai eu fui descobrir quem era, quando ele foi me explicar quem era Fernando, um cara serrinhense que trouxe o teatro para cá, apresentava muitas peças teatrais aqui e assim, o mundo mudou naquela época de Peltier o pessoal abraçava o teatro e hoje o teatro está abraçando o povo. A gente está tentando fazer o contrário, entendeu? Tanto que para a gente conseguir lotar duas vezes centro juvenil foi através da internet, naquela época de Peltier não tinha internet, entendeu? Hoje a gente utiliza a internet, se você reparar equipamento de cena, o que é que a gente traz para cima do palco, o celular, o vício do celular, entendeu? Então a gente traz a tecnologia, a atualidade para estar fazendo a peça e eu acho que isso tem dado muito certo e Peltier a gente fez essa belíssima homenagem aí e a família dele sabendo da homenagem presenteou a gente com alguns livros e textos dele, que em breve a gente vai estar readaptando para atualidade.
Bahia Notícia: Qual a quantidade de integrantes?
Alex Gama: São 13 meninos, um grupo bem unido. A gente ri a gente briga também. A gente fala sério. Tem alguns meninos aqui que tiveram problemas, problemas pessoais que o teatro ele vem para ajudar e eu digo aos meninos,uma pergunta que você fez ali, vai seguir na vida de ator e atriz? eu digo as meninas para não se iludirem nessa vida, eu sou bastante realista, porque é muito complicado, mas o teatro ele serve para todas as outras profissões, se você é um advogado você tem que ser um bom ator, se você é um político você tem que ser um bom ator e o teatro ele explora a questão da expressão facial, é aquela questão de você falar em público e de você ser um bom ser humano, o teatro ajuda muito!
Bahia Notícia: Alex, foi muito boa essa entrevista! Além de ter participado de um espetáculo, que foi Fantástico, muitos anos que eu não ia no teatro, eu estava desorientado sobre a cultura e principalmente aqui de Serrinha. Dê suas considerações finais, quem quiser patrocinar os próximos eventos espetáculo promovido, o que tem que fazer? E quando teremos um outro grande show como esse?
Alex Gama: A gente fez o primeiro dia 11 de maio. Foi um sucesso, muita gente ficou sem ingresso, surpreendeu a gente e aí resolvemos fazer uma representação, antes de começar a gente estava morrendo de medo de não dar ninguém e mais uma vez deu muita gente, a gente fica agradecido e nos próximos tenho certeza que vamos querer toda ajuda. O meu telefone é o 75 99141-3435, estamos à disposição! “Ah é dinheiro Alex que eu quero?” É, por que é importante para você fazer um evento desse dá um trabalhinho e tem um custo e assim: “ah, vocês ganharam dinheiro?”, não o que a gente quer mostrar a cultura do teatro, a gente quer botar os pés e dizer o teatro voltou para Serrinha!
História de Fernando Peltier:
O poeta, escritor e teatrólogo Fernando Peltier (66), Macaúbas, que trabalhou muitos anos em Serrinha e promoveu para o mundo do teatro gerações de jovens. Antônio Fernando Peltier Loureiro Freire nasceu em Salvador-Ba, em 25 de janeiro de 1948. Filho caçula de Jorge Antunes Freire, graduado funcionário fazendário estadual e de Maura Peltier Loureiro Freire.
Em Serrinha, fundou com Hamilton Safira o GRUDE-SE (Grupo Teatro Serrinha), em 1966 e o CRIARTE (Criação Artística), 1976 no Centro Social Urbano Dalva Negreiros, quando era o diretor daquele órgão público. Desta época são produzidas inúmeras peças infantis, destacando-se Chapeuzinho Vermelho. Lembro-me que minha irmã, Luzivânia Lima, substitui Mônica, como a mãe de Chapeuzinho, na apresentação na cidade de Conde, no Litoral Norte da Bahia. A peça era sucesso onde chagava. Eu fazia o papel da 4ª árvore. Murilo era o Caçador, Edvaldo era o Lobo Mau e Kika era o Chapeuzinho Vermelho, dentre outros.Peltier também foi o criador do Projeto CIRANDA DO TEATRO, que forma platéia, a partir de dois anos de idade, viajando por todo interior baiano, sensibilizando crianças e jovens para a importância da linguagem teatral, seja na prática ou na audição de espetáculos. Fundou e administrou a SPALLA – Escola de Arte da Bahia Ltda., em Salvador, 1994 e a Escola de Arte & Cia Fernando Peltier, em Salvador, Serrinha e está implantou o CRITCA – Centro Regional de Investigação de Talentos em Arte e Cultura, acoplado à sua Escola de Arte Fernando Peltier – Ballet e Teatro, no Colégio Interativo, Araci, em 2010.Fernando Peltier teve formação quase completa em História Geral na UCSAL, 1972, e plena como Bacharel em Direção Teatral, na EMAC/UFBa, formando-se em 1988. Bem antes, já havia feito o curso de Magistério, concluído no Colégio Comercial de Serrinha, 1968. Segundo a revista “Repertório” Ano 3, nº 2, 1999 – Teatro e Dança / UFBA, Programa de Graduação em Artes Cênicas, “o Curso de Teatro com Dança ministrado por Fernando Peltier tem revelado para o cinema e promovido a participação de diversos alunos em comerciais de rádio e de televisão. A Escola de Arte é recordista em aprovação para o vestibular dos cursos de teatro da UFBA. Em menos de 5 anos de fundada, a escola já capacitou mais de 20 alunos, colocados no mercado de trabalho, aptos para iniciarem-se no sucesso.”.
Fernando Peltier não se dedicou apenas ao teatro. Foi escritor, poeta e dramaturgo. Publicou 5 livros, sendo o último, na cidade do Porto, em Portugal: “Nós Te Atramos” (Dramaturgia), Editora BDA, Salvador, 1996; “Escola Utopia” (Poesia), Editora LS, Salvador, 1997; “Heureca! – Notáveis Encontros com o Saber” (Dramaturgia); EGBA (Empresa Gráfica da Bahia), FUNCEB (Fundação Cultural do Estado da Bahia), SECULT (Secretaria Estadual de Cultura e Turismo), Coleção As Letras da Bahia, Salvador, 1998; “Teatro Nosso Cada Dia” (Dramaturgia) e o último denominado “Na Palma da Calma da Alma”, Corpos Editora, Porto, Portugal, 2010. Quem desejar adquirir o novo livro poderá fazer através do link:Recentemente, também, teve uma de suas poesias incluída na Antologia Delicatta/SP – Bienal do Livro, cuja obra se chama “CIRCO BAMBOLEIO”. É também autor e compositor musical, dedicando-se prioritariamente às trilhas musicais de seus espetáculos, sobretudo no seguimento infanto-juvenil. Tem CDs publicados, destacando-se “Pinóquio”, com músicas da peça homônima e karaokê com as mesmas e “O Auto do Presépio de Natal”. Residia em Araci por opção própria, pois gostava muito de cidades do interior de médio porte, razão pela qual também já morou em Amargosa, Jequié e Serrinha. Fonte: http://landisvalth.blogspot.com
Entrevista: Junior Robocop
Edição: Philippe Peltier
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