A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) está com a campanha “Não ignore seu coração” alertando sobre a angina, a chamada dor no peito, que normalmente antecede o infarto. O médico cardiologista Raul Mora, da SBC e da Sociedade Paranaense de Cardiologia, explica que a angina é um sinal clínico importante que na maioria dos pacientes antecedem o quadro de infarto do miocárdio.
Hoje, lembra o médico maringaense, o infarto do miocárdio ceifa a vida de aproximadamente 100 mil brasileiros por ano. “Acreditamos que os esclarecimentos desta campanha podem trazer benefícios em alertar sobre este risco”.
A mesma campanha, de acordo com Raul Mora, está sendo levado à sociedade de 62 países através de entidades de cardiologia. “Estamos fazendo a campanha nas mídias sociais através das sociedades regionais de cardiologia e também em palestras e impressos distribuídos para a comunidade”.
Segundo as estatísticas contidas na campanha, 33% dos pacientes relatam angina nas consultas, 43% dos pacientes com angina não são diagnosticados e 44% dos pacientes estão em tratamento farmacológico subotimizado.
Angina
A angina é caracterizada por dor ou desconforto no peito causado pela redução da passagem de sangue para o músculo do coração. A dor da angina geralmente dura entre 2 e 10 minutos. Se a dor do peito persistir, deve-se procurar a emergência imediatamente.
A angina geralmente está relacionada à dor, aperto ou pressão no peito, podendo variar de leve a forte. Geralmente é sentida no centro do peito, mas pode se espalhar para os ombros, costas, pescoço, mandíbula ou braço.
Às vezes, a angina é sentida em outras áreas do corpo sem ser no peito, como nas mãos. Muitas pessoas nem sequer sentem dor – apenas um desconforto e algumas vezes, falta de ar e cansaço, ao invés de dor.
As crises de angina podem ser desencadeadas por esforço, exercícios físicos, quando o coração exige maior quantidade de energia (oxigênio) para trabalhar normalmente. Esta dor geralmente desaparece com repouso. Outros fatores que podem provocar a angina são: emoções fortes, como raiva ou excitação, temperaturas extremas (frio ou calor intensos), e também comer em excesso.
A angina pode ser tratada com o uso de medicamentos e/ou com procedimentos invasivos, como a angioplastia e revascularização, além de principalmente mudanças para um estilo de vida mais saudável. A angioplastia coronariana é um procedimento invasivo, utilizado para combater o bloqueio dos vasos (artérias coronárias) que conduzem sangue ao coração.
Este bloqueio é provocado pelo acúmulo e crescimento de placas de gorduras, chamadas placas de ateroma. Apesar da angioplastia reduzir sintomas da doença arterial coronariana (DAC), esta não é a cura para a doença ou para seus fatores de risco, pois a DAC é uma doença crônica.
Mudanças no estilo de vida, levando uma vida mais saudável, podem ajudar no tratamento, além de manter os bons resultados da angioplastia, juntamente com o tratamento com medicamentos.
O que esperar?
Após uma angioplastia, o paciente provavelmente vai voltar para casa em um ou dois dias. Antes de receber alta o médico recomendará além da medicação a mudança nos hábitos alimentares e estilo de vida. Essa mudança deve ser feita sob supervisão do médico, caso contrário, a doença poderá evoluir.
Entre as principais mudanças de estilo de vida estão deixar de fumar quem tem o vício, desfrutar de uma alimentação saudável, com pouca gordura, praticar regularmente exercícios físicos, controlar a pressão arterial e colesterol, alcançar e manter um peso corporal saudável, manter uma boa saúde psicológica e social, sempre tomar seus medicamentos conforme prescrito pelo médico, e as pessoas com diabetes devem procurar manter seus níveis de glicose no sangue dentro da faixa normal.
A campanha da SBC orienta também os praticantes de atividade física sobre os limites. Se a pessoal tiver sintomas como falta de ar, problemas respiratórios, dor ou pressão no peito, transpiração extrema, tonturas, dores musculares intensas ou cólicas, náusea, dor intensa nos músculos ou articulações, cansaço extremo e duradouro após o exercício, deve imediatamente parar as atividades e procurar um médico.
È importante também, alerta a campanha, a pessoa monitorar o progresso da atividade praticada. Tipo controlar a duração do exercício/atividade, a frequência cardíaca máxima e o avanço e intensidade da atividade.
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