Prefeito tem prazo de 5 dias e expõe o município ao constrangimento da falta de transparência
O prefeito de Conceição do Coité, Marcelo Araújo (União Brasil), volta a protagonizar um episódio que coloca o município em situação delicada diante dos órgãos de controle. O gestor foi formalmente notificado pelo Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA) e tem cinco dias úteis para apresentar documentos relacionados a um processo de licitação envolvendo a contratação de empresa para a limpeza urbana da cidade.
A medida, divulgada inicialmente pelo jornal A Tarde, não surge de forma aleatória. Trata-se de uma cobrança direta do órgão fiscalizador diante da ausência ou insuficiência de informações apresentadas pela gestão municipal, o que reforça críticas recorrentes à postura administrativa adotada pelo prefeito.
*Transparência que só aparece sob pressão*
Quando um tribunal precisa estipular prazo para que um prefeito apresente documentos públicos, algo está fora do lugar. A transparência não é favor, nem concessão política — é dever constitucional. No entanto, a gestão de Marcelo Araújo parece tratar a prestação de contas como uma obrigação incômoda, reagindo apenas quando a pressão institucional se torna inevitável.
Essa postura não apenas desgasta a imagem do gestor, como coloca Conceição do Coité em evidência negativa, alimentando desconfiança por parte da população e fragilizando a credibilidade da administração municipal.
*Licitação sensível, explicações insuficientes*
O processo questionado envolve a limpeza urbana, um dos serviços mais sensíveis da gestão pública, tanto pelo impacto direto na saúde da população quanto pelo volume de recursos empregados. Justamente por isso, exige clareza absoluta, publicidade total e organização administrativa.
Ao não apresentar de imediato os dados solicitados, a prefeitura abre espaço para questionamentos inevitáveis:
Por que os documentos não estavam disponíveis?
Por que o TCM precisou intervir?
O que a gestão teme expor?
No serviço público, quem não presta contas cria suspeitas.
*Fiscalização não é perseguição*
Tratar a atuação do Tribunal de Contas como perseguição política é um erro grave e recorrente em gestões despreparadas. O TCM não governa municípios; protege o interesse público. Quando um prefeito se coloca em rota de colisão com órgãos de controle, quem perde é o município.
Marcelo Araújo parece esquecer que o cargo de prefeito não concede imunidade, nem o autoriza a administrar recursos públicos sem o devido escrutínio. Governar exige responsabilidade, transparência e respeito às instituições.
*O prejuízo recai sobre a população*
Caso a determinação do TCM não seja cumprida dentro do prazo, o processo licitatório pode ser suspenso, comprometendo serviços essenciais. O impacto não recai sobre o gabinete do prefeito, mas sobre o cotidiano da população, que depende de uma cidade limpa, organizada e bem administrada.
Mais uma vez, Conceição do Coité corre o risco de pagar o preço por falhas administrativas que poderiam ser evitadas com uma gestão mais eficiente e comprometida com a legalidade.
Município merece mais que constrangimento público
O prazo de cinco dias imposto pelo Tribunal é curto, simbólico e decisivo. Ele representa uma oportunidade para que o prefeito corrija o rumo, apresente os documentos exigidos e demonstre que não há nada a esconder. Caso contrário, o episódio ficará marcado como mais um capítulo negativo de uma gestão frequentemente associada à falta de transparência.
Conceição do Coité merece ser lembrada por desenvolvimento, organização e respeito ao dinheiro público — não por notificações, cobranças e constrangimentos institucionais.
Até aqui, Marcelo Araújo segue colocando o município em situações que fragilizam sua imagem e aumentam a desconfiança popular.












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