Reeleição suspeita contestada por supostas práticas ilícitas, prefeito é apontado como peça do jogo político de ACM Neto; suspeitas de manipulação, contratação de shows e uso da máquina pública pipocam na prefeitura.
Em um cenário carregado de tensões e suspeitas, o prefeito reeleito de Conceição do Coité, Marcelo Araújo (União Brasil), vive o momento mais delicado de seu mandato. Marcada para o dia 17 de dezembro, a audiência na Justiça Eleitoral promete colocar à prova a legitimidade de sua vitória nas urnas. Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME), movida pelo ex-candidato a vereador Gease Freitas Mascarenhas, denuncia uma série de práticas que, segundo a acusação, teriam minado a lisura do pleito de 2024.
A ação aponta que Marcelo Araújo estaria à frente de um verdadeiro esquema de abuso de poder político e econômico, que incluem desde a publicação de uma lei municipal pouco antes do início oficial da campanha, com o pagamento de precatórios da educação, até ações de contratação de servidores temporários e realização de grandes eventos com recursos do Fundo Municipal de Educação. Tudo com o objetivo claro de favorecer sua reeleição e reforçar sua imagem perante o eleitorado.
Mais polêmica ainda é o papel de Marcelo Araújo, que muitos veem como uma “marca” de ACM Neto, líder nacional do União Brasil e ex-prefeito de Salvador. Nas ruas de Conceição do Coité, surgem comentários de que Marcelo funciona como um “boneco” no jogo de poder do ex-prefeito, que deseja ampliar sua influência na política regional através de figuras oportunas e de fachada.
A suposta estratégia de manipulação também inclui a divulgação de editais de distribuição de bens públicos, contratação de shows milionários – como os R$ 500 mil pagos ao artista Xand Avião – e uma expansão na contratação de servidores temporários em pleno período eleitoral, ações que levantam suspeitas de que o prefeito estaria sendo apenas uma peça de uma estratégia mais ampla, articulada no núcleo mais próximo de ACM Neto.
Em meio a essa controvérsia, a expectativa agora se volta para a audiência de 17 de dezembro, que deverá aprofundar as investigações, ouvir testemunhas e analisar as provas apresentadas. A decisão final poderá resultar na cassação dos diplomas, na devolução dos votos e até na inelegibilidade de Marcelo Araújo por oito anos, reforçando um cenário de instabilidade política na cidade.
Se confirmadas as suspeitas, a eleição de Conceição do Coité passa a ser vista por muitos como uma das mais contestadas do interior da Bahia nos últimos tempos, reforçando a suspeita de que o protagonista da história é apenas uma peça na engrenagem de um projeto maior na política baiana. Enquanto isso, caminhamos para um desfecho que pode mudar os rumos do município e acirrar o cenário político regional.













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