O CEMG (Colégio Estadual de Monte Gordo), localizado em Camaçari-Ba, celebrou o Novembro Negro em parceria com a EMACB (Escola Municipal Argentina Castelo Branco), Candeias-Ba, que realizou a abertura do primeiro dia do evento com o Grupo de Maculelê, coordenado pela ProfaGraça Celestino, História/EMACB, com apoio da sua gestora Marolina Viturina e da SEDUC/Candeias.
Durante a programação, alunos e convidadosparticiparam do Papo Preto com alunos e especialistas, como os professores Adriano Denovac e Iara Viana, mediado pela ProfaRosana Rios/Língua Portuguesa, uma das coordenadoras do evento, ao lado das professoras Danielle Souza/Física e Tâmara Vieira/Biologia, todas do CEMG. Dentre os participantes da mesa, destacaram-se os estudantes do Ensino Médio/CEMG, comoClaudomiro Júnior, Beatriz Brasil, Maria Eduarda, Letícia Bastos, Monique Evany, Matheus Oliveira e Ana Beatriz Lopes, que resumiu o sentimento de muitos pardos, mulatos, às vezes, tidos como quasebrancos: “Sou uma mulher negra, de pele parda”, definiu-se.
Presença marcante no evento, os estudantes PCDs, como Matheus Oliveira, deficiênciavisual, versou sobre a influência africana na música Afro-Americana e Afro-Brasileira, finalizando com a canção Sorriso Negro, com instrumental da monitora do Programa Educa Mais Bahia, Roberta San, que apresentou ainda o Hino da África do Sul com a aluna Mirela Campos/CEMG, no teclado. A música garantiu toda a brasilidade do evento, com os alunos percussionistas CEMG, que fizeramhistória, ecoando os ritmos dos tambores por todos os espaços, além da voz e violão dos alunos Cláudio Cauã e Angel Lima, que emocionou a todos com as canções “Eu Sou” e “Não Deixe o Samba Morrer”.
Para além das tradicionais apresentações daCapoeira e do Samba de Roda, o CEMG inovou trazendo as referências matemáticas presentes nesses ritmos, bem como nos“penteafros”, nas estamparias dos tecidos como os Kentés, cuja “simbologia carrega as narrativas, capazes de decifrar a alma da diáspora africana aqui e no mundo” destacou a estudante Manuelle Lima/CEMG, em referência à Etnomatemática, “… que estuda a matemática à luz das contribuições culturais”, resumiu o aluno EdrianLima/CEMG, destacando ainda a sua presença “…nos penteados, nos passos de danças, na probabilidade do jogo de búzios, nos fractais e estamparias que mostram a potência da diáspora africana para a formação das nossas raízes e identidades”, completou. Uma instalação artística com tecidos originais da República do Gana, disponibilizada pelo ex-deputado estadual,Prof. Bira Coroa, foi montada no local, “… para que os alunos reconhecessem de uma forma bem vívida a influência africana em nosso cotidiano”, salientou a Profa CreoniceCampos, diretora CEMG.
Um dos momentos mais esperados do evento foi a apresentação da Afrocrobacia, coordenada pelo professor e bailarino Jorge Henrque/Ed.Física CEMG, neologismo criado durante o evento a partir do desafio em mostrar a ginástica artística pela perspectiva da influência africana, “…afinal, para além da Grécia, a origem da ginástica acrobáticatambém remonta ao antigo Egito, não cabendo mais sermos exceção… por mais Daiane dos Santos nos pódios” exaltou a Prof. Rosana Rios. No ápice da afrocrobacia, os alunos fizeram pirâmide humanarepresentando o Monumento da Renascença Africana, que celebra os 50 anos da independência do Senegal.
Realizado pelo 4º ano consecutivo, oNovembro Negro CEMG 2023, apresentouas produções e estudos desenvolvidosdurante toda a unidade letiva, como os Seminários organizados pela Prof. Cássia Barros/História, o documentário dirigido pelaturma da Prof. Tâmara Vieira/Biologia, as produções artísticas lideradas pelas professoras Fabíola Paz/Matemática, Lucicleide Pereira/História e Cristiane Cerqueira/Língua Inglesa, além dos estudos literários promovidos pela professora Rosana Rios.
O encerramento do evento ficou por conta do Afrodesfile, com apresentação da aluna Manuelle Lima, que iniciou destacando o seu objetivo: “…reverenciar a cultura africana e contar a nossa história por meio da moda afro-brasileira, que traz reflexões sobre nossa identidade, raízes e resistências negras, com referências à ‘Afro Etnia’, ‘Afrofurismo’ e à ‘Afro Realeza’.
O evento contou ainda com salas temáticas, como o museu da pessoa, coordenado pela Prof. Danielle Souza/Projeto de Vida, além da participação dos Monitores Mais Estudos, do GEMG (Grêmio Estudantil Monte Gordo),dos Monitores do Educa Mais Bahia e das turmas do nono ano da Escola Municipal Amélia Rodrigues/Camaçari, conduzidas pela Profa. Zilma Sta Rita.
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