O engenheiro e abolicionista André Rebouças, era amigo pessoal do Imperador Dom Pedro II, e escreveu em seu diário que durante uma de suas conversas pelas ruas de Petrópolis em 1889 o Imperador se confessou republicano: “Eu sou Republicano… Todos o sabem. Se fosse egoísta, proclamava a República para ter Glórias de Washington…Somente sacrificava o Brasil a minha vaidade… e seria um desgoverno Geral…”
Dom Pedro II podia ter, e tinha com certeza, em princípio, preferências pelo sistema republicano. Mas isso não significava necessariamente que pretendesse implantar a República no Brasil, visto como sempre entendera que o País não tinha ainda condições políticas e sociais para adaptar-se com sucesso a essa forma de govêrno. Ainda porque tendo sido pôsto, pelo destino, à frente de uma Monarquia, achava da sua obrigação honrar e prestigiar a coroa, no cumprimento de seus “deveres” de cidadão brasileiro.
“Imperador violentado”, foi como
êle próprio se intitulou ao chegar a Lisboa, já exilado, satisfeito, num certo sentido, de se sentir desafogado e aliviado das tenazes que o haviam prendido, durante tantos anos, ao trono e a todos os encargos da realeza.
Monarquista, André Rebouças, acompanhou o Imperador no exílio, acreditava que sem a Monarquia, o Brasil jamais iria superar seus problemas econômicos e sociais: ”Já Considero o Brasil como uma Nação do Passado, como a Grécia Antiga. É por isso que só trabalho pela memória de Dom Pedro II, que foi simultaneamente nosso Pitagoras, e nosso Sócrates, nosso Leônidas, na Invasão Paraguaia, e Nosso Pericles, em seu longo e Belo Reinado.” Escreveu Rebouças em seu diário. O Imperador apoiava os planos econômicos de Rebouças escritos em seu livro “Agricultura Nacional” que lidavam com a questão da reforma agrária e os ex escravos. Rebouças convenceu o Imperador de que a grande solução do Brasil era, além da imigração em massa de imigrantes europeus, um projeto nacional que ajudasse a população nativa se qualificar para o trabalho industrial.
Fonte: André Rebouças Diário e notas autobiográficas, 1938./ A História da Queda do Império. Heitor Lyra
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