Situação e oposição têm justificativas diferentes para o caso.
Um dos debates mais polêmicos na política local de Serrinha é sobre o funcionamento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, inaugurada pelo governador Rui Costa (PT) em Dezembro de 2016. A unidade, implantada no bairro de Cidade Nova, com capacidade para atender 300 pessoas por dia, no entanto, foi fechada 9 dias após a inauguração, por incapacidade técnica, financeira e de infraestrutura básica.
10 Meses depois, a unidade de saúde segue sem fazer sequer um atendimento. A situação, que tem revoltado a população, encontra-se no centro dos embates entre o governo municipal, liderado pelo Prefeito Adriano Lima (PMDB), que, ironicamente, é médico, e seus opositores na Câmara. O Bahia Notícia, através de seu editor jornalista, Junior Robocop, foi conferir de perto a polêmica. Acompanhe:
Prefeito Adriano Lima
Em conversa com o prefeito da cidade, Adriano Lima, o chefe do executivo municipal justificou que a unidade não tem condições de operar, dado três principais fatores. O primeiro deles é a energia, que segundo o prefeito não conta com a subestação prevista em seu projeto, funcionando, portanto por um “gato”. A segunda razão é precisamente que, em virtude da falta de estrutura da rede elétrica, a aparelhagem da unidade (computadores, desfibriladores, raio x, ar condicionados, etc.) não pode funcionar, sob risco de queda na rede, caso para o qual o gerador da unidade não funcionaria. Ainda segundo o prefeito, a gravidade estaria no próprio planejamento da Unidade, que foi declarada inaugurada sem sequer um atestado de conclusão.
Oposição
O Bahia Notícia também conversou com vereadores da oposição, como é o caso do Vereador Renildo de Miranda, popular Nininho (PT). Em sua opinião, o prefeito não atua com transparência em relação às razões de manter a unidade fechada. Segundo ele, o grave é que Adriano Lima, como médico, permite que centenas de famílias fiquem sem atendimento na unidade pública de saúde, enquanto o Hospital de seu pai funciona.
De acordo com o vereador da oposição, não haveria razão para o prefeito não dar continuidade a estrutura da UPA, tendo em vista seu alinhamento com o governo federal em exercício. De acordo com ele, a precarização da UPA pelo prefeito cumpre uma agenda política. “Logo a Secretária de Saúde do Estado (SESAB) vai tomar os equipamentos, que estão lá enferrujando”, situação que colocaria a credibilidade do governador do Estado em maus lençóis com a população serrinhense, o que favoreceria o grupo político do prefeito, aliado do provável candidato ao governo do Estado e atual prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM).
Situação
O vereador da situação, Laedson Santiago, popular Santiago PM (SDD), concorda com a justificativa do prefeito. Segundo ele, a UPA já teria sido inaugurada “de má fé”, quando a rede elétrica estava comprometida e parte dos equipamentos eram emprestados de outros municípios. Segundo ele, seria irresponsável do governo municipal liberar o funcionamento de uma unidade nessas condições, implicando em riscos à própria saúde de pacientes que porventura utilizassem a unidade.
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