“Que honra ser convidada para compartilhar um pouquinho da minha trajetória e da associação na Revista Encontro”, afirma Cristiana Gutierrez
Apaixonada por livros e leitora assídua de crônicas e poesias, a empresária mineira Cristiana Gutierrez deu a duas éguas de seu haras os nomes de duas personalidades da literatura nacional. Adélia e Hilda, duas paixões, homenageiam Adélia Prado e Hilda Hilst, respectivamente, e são as montarias mais usadas pela presidente da ABCCMM (Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador) quando está na fazenda. “Elas são as minhas preferidas”, diz.
Há 35 anos, a família de Cristiana é criadora da raça, um negócio que passa de geração para geração. Donos do Haras Morada Nova, em Inhaúma, localizada na região central do estado, a 90 quilômetros de Belo Horizonte, os Gutierrez levam tão a sério a tradição, que Cristiana se tornou a primeira mulher a presidir a associação nacional dos criadores de mangalarga marchador, em 75 anos de história da instituição. Desde 2022, é ela quem comanda a ABCCMM em um mandato de quatro anos, que termina em 2025 e não tem reeleição – uma mudança feita no estatuto na gestão atual, “para haver alternância”, como ela diz.
A associação nacional tem mais de 24 mil filiados que, juntos, têm um plantel de mais de 745 mil animais. À frente da ABCCMM, Cristiana contabiliza algumas conquistas importantes e dissocia o fato de ser uma mulher de sua eleição para o posto: “Na verdade, não acho que este seja um desafio ligado à questão de gênero. O ambiente ainda é predominantemente masculino, mas observamos que, embora apenas 18% do nosso quadro de associados sejam mulheres [propietárias], existe um universo feminino enorme se movimentando no entorno”, diz.
Ela argumenta que há uma mudança visível acontecendo, com mais mulheres assumindo a sucessão de famílias nos haras. “Isso é crescente. Quando eu comecei, há 35 anos, eram poucas as mulheres com grande atuação nesse meio. Quem está mandando agora somos nós!”, comemora.
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