Júri encanta platéia ao transformar um réu que sumiu após crime brutal em vítima da própria invisibilidade, numa apresentação de ironia que choca a cidade.
Em um verdadeiro espetáculo de ironia, o Tribunal do Júri de Candeias demonstrou que, neste palco, a justiça às vezes parece mais uma peça de teatro do que uma busca pela verdade. Em um dos casos mais sombrios da última década, Dedei — acusado de tirar a vida da professora Telma dos Santos Leal — saiu do julgamento como uma estrela, não por sua condenação, mas por sua habilidade de desaparecer quando o crime mais precisava de uma sentença.
Com um roteiro digno de drama, os jurados se superaram. Ignoraram a fuga do réu para outro município e, como mágicos em um show de ilusionismo, fizeram desaparecer diante de seus olhos as evidências que apontavam a sua responsabilidade. O crime brutal que chocou a cidade virou palco de uma apresentação surreal, onde a ausência de provas foi elevada a um estatuto de triunfo do truque jurídico.
Para amigos e familiares de Telma, a decisão cortou profundo, deixando um sabor amargo de impotência. Como aceitar a realidade onde a verdade é sacrificada pelo desaparecimento do próprio investigado?
Esse episódio alarmante deixa uma mensagem inquietante: neste tribunal, a mágica não é apenas uma arte, mas uma estratégia de defesa. A esperança é que, algum dia, a justiça recupere sua credibilidade e deixe de se transformar em espetáculo de ilusionismo. Até lá, o show continua, e a cidade de Candeias assiste perplexa, testemunha de uma das maiores demonstrações de invisibilidade jurídica de sua história.












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