A ação do ex-candidato Everton Oliveira revela indícios de “candidaturas laranjas”, podendo levar à cassação de mandatos de vereadores eleitos e à inelegibilidade de envolvidos.
Serrinha, na Bahia, vive um intenso terremoto político após uma decisão da Justiça Eleitoral que iniciou uma investigação contra a Federação PSDB-Cidadania. O processo foi movido pelo ex-candidato a vereador, Everton Oliveira da Silva, que aponta suspeitas de fraude à cota de gênero nas eleições municipais de 2024. A acusação sugere que o partido registrou candidaturas femininas fictícias para cumprir a exigência legal de 30% de mulheres, mas sem a intenção real de disputa.
Entre os envolvidos, destaca-se a presidente da federação, Mayara Emmanuela da Silva Pereira Santana, além de 19 candidatos da legenda. A gravidade da situação pode resultar na anulação dos votos recebidos e na cassação dos diplomas de Rose de João Grilo e Bode do Alto do Recreio, dois vereadores que podem ver seus mandatos ameaçados, mesmo no caso de Rose, que é mulher e integra a mesa diretiva da Câmara.
As candidatas Janete Teixeira e Ana Lúcia de Lima são citadas como as protagonistas dessa aparente fraude, concorrendo sem campanha efetiva e obtendo votação extremamente baixa – apenas 1 e 15 votos, respectivamente. A denúncia classifica tais situações como “candidaturas laranjas”, uma prática considerada uma violação das normas eleitorais.
Após a denúncia, a juíza da 150ª Zona de Serrinha, Amanda Analgesina Ramos Carrilho Andrade, ordenou que os investigados fossem notificados para que apresentem suas defesas dentro de um prazo de cinco dias. Se a fraude for confirmada, o desfecho poderá ser severo: cassação dos registros dos candidatos da federação em Serrinha, nulidade dos votos conquistados pelo partido e impossibilidade de se candidatar durante oito anos para os implicados.
Além das irregularidades nas candidaturas, a denúncia também aponta a falta de presença das candidatas em redes sociais de campanha, com ausência de atividades típicas de uma disputa eleitoral, como comícios e caminhadas. Este caso se alinha à crescente preocupação da Justiça Eleitoral em combater a fraude à cota de gênero, um problema que precisa ser confrontado com rigor para garantir a integridade das eleições.












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