Carismático e pura simpatia, esse é o perfil do novo diretor do Colégio Militar de Candeias Francisco Pedro. Em entrevista exclusiva, o Tenente Coronel André Cunha falou ao Bahia Notícia sobre o seu papel como gestor militar da instituição de ensino público estadual em Candeias.
Bahia Notícia: Tenente, nos fale sobre sua chegada ao CPM de Candeias e a importância que essa instituição tem na sua vida.
Ten. Cel. André Cunha: Me sinto muito à vontade para falar do CPM, sou filho do CPM, cresci no CPM e me formei no CPM, então todo esse lastro de escola militar eu levo comigo há mais de 35 anos. Sou oficial da turma de 1989, e durante a minha formação militar todos esses anos trabalhei em unidades operacionais, dedicando a minha vida à segurança pública.
E agora recebo a missão designada para ser diretor de ensino do CPM, recebi isso primeiro como uma surpresa, desafio, mas também com uma grata alegria de retornar a escola militar como diretor e poder contribuir com o fortalecimento da imagem social, institucional, aumentar a confiança da instituição Colégio da Polícia Militar e essas duas primeiras semanas que estou aqui todos os dias eu falo para os alunos, “vocês tem que ser diferentes do mundo lá fora”. Eles tem que ter prazer de dizer que são alunos da escola militar, não só vestir o uniforme, isso não é o suficiente, é preciso estar vestido de coração, da vontade de vir estudar, de estar no desfile do 7 de setembro, todos os dias trazendo a doutrina, os bons costumes, me comportando como pai, às vezes repreendendo quando for necessário para que o aluno entre no regulamento, mas sobretudo entender o aluno, essa troca de experiências pra mim está sendo muito gratificante! Nós temos hoje 730 alunos nos dois turnos, então são 730 cabeças que pensam diferente, eu como diretor tenho que pensar na escola e aqui é o local onde vamos formar homens e mulheres de bem, a sociedade precisa de gente de bem, a PM precisa de homens e mulheres de bem, daqui vai sair médico, advogado, engenheiro, policial militar, arquiteto, diversas outras profissões, mas sempre com caráter de honestidade.
Temos um regimento interno que regula os alunos desde a sua entrada no portão até a sua saída, nós não abrimos mão de respeito, da ética, não permitimos o contrário, nada de agressão, isso não existe aqui dentro, temos o máximo de cuidado de falar com os alunos para que eles se sintam aqui parte dessa escola, do menor aluno, até o do 3º ano, ele tem que bater no peito e dizer “eu pertenço ao colégio militar” e ver o CPM Candeias como o melhor da região metropolitana, e tem que ser, nós somos diferente, nós somos o CPM.

Bahia Notícia: Hoje com o mundo digital um dos grandes medos dos diretores de escolas são aqueles alunos filmarem situações ruins dentros das escolas como brigas, discussões, bullyngs ou outros atos, o senhor está preparado para se um dia isso vier ocorrer aqui no CPM Candeias?
Ten. Cel. André Cunha: Eu venho de unidade operacional e tive o desprazer de acionar nossas guarnições a intervir dentro de escola, onde os professores perderam o controle, o respeito mútuo e não estavam conseguindo conter um grupo contra outro, pra não empoderar a criminalidade digamos assim, por falta de pulso nas escolas públicas ou particulares causam um desgaste muito grande na instituição, quer seja ela pública ou particular. Na escola militar não é diferente, nós temos aqui nosso regimento, como falei, onde o aluno só é permitido utilizar o celular na instituição quando o professor assim demanda, fora isso eles não utilizam dentro da sala de aula, e fora da sala de aula eles podem estar circulando com seus celulares, nós temos, ao contrário das escolas públicas, fiscal de corredores, são policiais militares que prestam serviço a instituição, atentos a qualquer ruído que venha a acontecer e acontecem, de pronto eles intervém, evitando que o mal cresça, chamando as partes envolvidas, os levando para um local chamado corpo de alunos, que é a antiga diretoria e lá a gente conversa com os alunos. Os pais são informados através de memorandos e nós cobramos o ciente deste memorando, então ligamos para os pais, quando é algo que chama muito atenção os pais vão receber a nossa ligação, então eu tenho muito cuidado nesse trato da temática de chamar, de gravar, de expôr, e eu não abro mão das prerrogativas que o regimento me confere, submeter o aluno a uma convocação, aconselhar, se repetir novamente aí nós temos que aplicar os procedimentos que a escola tem: suspensão, perda de pontos, em último caso o desligamento do aluno da escola.
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