Na manhã desta segunda-feira (26) uma contraditória postagem foi compartilhada em Candeias como se fosse real. A jornalista Maíra Azevedo, a popular Tia Má, teve o intuito de promover o Arrocha tradicional de Candeias, porém o que ela desconhece é que desde o início do movimento Arrocha, que ganhou marca através da forma e vida com o cantor Pablo, na época Asas Livres, que mandava os casais presentes nos shows se envolverem mais no ritmo e a todo momento falava “arrocha”.
O estilo musical já teve nomes inusitados como “cachorro dentro” e “dança da(o) cachorra(o)”. O nome Arrocha ganhou popularidade com Pablo no Asas Livres e logo após a explosão feminina foi com outra candeense, a cantora Nara Costa, da produção de Risnk, que investiu tudo no projeto que estorou com a música “esperança”, em português, que era da novela da Rede Globo. Daí pra frente foi só sucesso, puxando caminho para nomes como Silvanno Sales, Tayrone, Ardente Paixão, Pra se envolver, Herbert Hakan, Dan Ventura e muitos mais. Esses levaram o Arrocha para todo o Brasil, onde 21 anos atrás, Faustão apresentou Pablo e Nara Costa na Rede Globo como o rei e a rainha do arrocha.
Nira Guerreira era cantora de seresta em bares boêmio como Catendê, Lagoa Mar, Casquinha de Siri e outros em Salvador, sem história com o arrocha verdadeiro de Candeias.




A HISTÓRIA DO ARROCHA
Quando eu, Jose Ferreira Junior (Robocop) e Roberto Santana éramos ambos os diretores do Mercado Cultural, Candeias era um dos principais redutos de seresta do município no final de 1999 quando em bares do espaço de festa meio falido e carente de arrecadação e sem a mínima atenção do poder publico municipal artístico quando não era show de grandes atrações em palco principal da casa, Asas Livres era tido como quebra galho,tocava por uma pequena ajuda de custo com Jai nos Teclados e Lauro Brasil com a sua marca única cantando o seu eterno hino tigresa e rebolado inconfundível que seria uma seresta acabou incentivando os dois passos pra lá e dois pra cá e surgiu a primeira moda que foi titulada como a dança da cachorra.
Foi a maior febre que consagrou por quase um ano todo fim de semana, era lei no mercado na mesma época ou um pouco mais para trás seu Orlando da Jabequara da Areia, povoado de (Candeias /São Francisco do Conde) do Recanto das Árvores e Carlinho, com o seu eterno Abafadinho conhecido como Alto Espaço do Malemba, aderia bem a seresta moderna com a “dança da cachorra”, ambos os espaços receberam nomes do início da carreira, como Asas Livres (Pablo rei do Arrocha), Silvano Sales, Tayrone “Cigano”, Latitude 10, Dilson Santana ”Pra se Envolver” e outros mais. Voltando a história, com a saída de Lauro Brasil no meado de 2000, o franzino conhecido como Pablo que tocava em “bibocas” do município com o seu velho pai ‘Bicudo’ e por sinal meio forçado até a cantar para sustento de sua família Pablo com mais ou menos sete anos já era bem visto em Candeias. Pablo passou a cantar em dupla com Jai no Asas Livres.
O timbre de Pablo bem parecido com o de Zezé de Camargo e virou febre com o seu arrocha romântico. Mas antes de se consagrar passou por muitas dificuldades onde até eu, Júnior Robocop e Roberto Santana ajudamos a carregar caixas de som para ajudar Jai do Asas Livres em suas correrias de pequenos shows, as caixas do mercado cultural, e a história de Pablo no início do Asas Livre em várias dificuldades foi obrigado a dormir em sacos de alimentos por não ter onde dormir com as dificuldades que passara mesmo assim insistente com a sua voz marcante e seu bailado abriu festas para artistas de nomes nacionais.
A sua primeira gravação do cd titulada foi em Sergipe, caindo no gosto da pirataria naquela época. Ele o pequeno romântico Pablo havia ganho sucesso e se tornaria grande atração, nos rodeios em Candeias, em grandes festas na Bahia em Salvador, uma verdadeira febre aquela moda que havia nascido em Candeias no mercado cultural, recanto das árvores e alto espaço do Malembá. E assim foram surgindo cada vez mais nomes difundindo mais e mais a cultura do arrocha.
VAMOS APROFUNDAR!
Com a simplificação dos sistemas de mixagem e fabricação de CDs,vários grupos menores surgiram,o que ajudou a difundir o “movimento”. No entanto, apesar do sucesso nas camadas mais pobres, o Arrocha ainda enfrenta grande preconceito entre a classe média, que simplesmente não a considera um gênero musical por conta de suas composições que constantemente retratam problemas da vida amorosa. Muitos cantores se destacaram cantando Arrocha, como, asas livres na época com o seu líder o cantor Pablo, Tayrone Cigano, Nara Costa (Primeira rainha do Arrocha), Silvano Salles, Latitude 10.
Arrocha palavra que vem de Arrochar, que significa apertar e comprimir. Um novo ritmo surgido e descoberto em Candeias, parte do recôncavo baiano. O movimento apareceu para remodelar ritmos antigos e emprestar uma roupagem nova ao brega, a seresta e ao estilo mais antigo, o romântico. A primeira vez que o Arrocha foi exposto ao público foi à aproximadamente três anos atrás, além da base musical dos ritmos a pouco citados, teve uma grande influência do samba reggae.
Esse fenômeno musical tem como difusores e estrelas de mais sucesso: Nara Costa “Rainha do Arrocha”, Márcio Moreno “o mentiroso”, Silvano Salles “O Cantor Apaixonado”, e Asas Livres Jai e Pablo o percussores do Arrocha. Devido ao grande sucesso, o Arrocha alcançou literalmente a aceitação por todas as camadas sociais, variadas regiões do Brasil e pessoas de todas as faixas etárias. Os cantores desse estilo de música carregam influências dos mais variados artistas do passado e do presente também.
Clássicos de Fagner, José Augusto, Roberto Carlos, Blitz e Zezé de Camargo e Luciano foram revertidos para o Arrocha, mas os novos artistas como o grupo Rouge, Calcinha Preta, Kelly Key e Wanessa Camargo também tiveram suas músicas transformadas, por causa dessas adaptações, músicas que alcançam um público diversificado, puderam estar de cara nova no mercado, sem perder sua essência. A divulgação desse movimento foi ponto crucial para fazer e manter as pessoas cientes do nascimento desse novo ritmo. A Tv Globo expôs nacionalmente e internacionalmente no programa do Domingão do Faustão e no Fantástico a história do surgimento do Arrocha, mostrou seus principais feitores e fez com que portas se abrissem para uma nova empreitada.
Hoje, os cantores de Arrocha são os mais requisitados para shows, lotam todos os lugares em que se apresentam, seus cachês subiram muito, são os maiores vendedores de discos na Bahia, líderes da pirataria e nas rádios, são os mais executados.
A dança do Arrocha é outro ponto interessante que faz desse ritmo um sucesso, muitos querem aprender a dançar, outros acham engraçado. A dança é um diferencial dos outros tipos de dança, mas carrega um pouco do forró, do pagode e da própria seresta. Ela é considerada simples, com poucas variações, porém com uma sensualidade excessiva, uma leve pitada de erotismo. Pode ser dançada em dupla, sozinho e até em grupo. Tem como base, dois passos pra direita e dois passos pra esquerda, no intervalo dos passos é possívelrebolar.
A Bahia, em foque, é muito rica em termos musicais. Gostos para todos os gostos, artistas criativos e renovadores, rompedores de fronteiras. Quem pensava que na Bahia só tinha Axé e Pagode se enganou, chegou a vez da Bahia mostrar seu lado romântico para todo o Brasil.
Cantores de Arrocha já espalharam amor e emoção para multidões de Pernambuco, São Paulo, Sergipe, Brasília, Alagoas, Rio de Janeiro, Espírito Santo e agora chegou a vez de passar essa febre para o resto do país. Em 1999, o arrocha começou a ganhar espaço em muitas rádios baianas. Porém, surgiu uma grande polêmica na época em relação ao arrocha como “movimento musical”, já que continha letras pouco elaboradas. Após alguns anos, apesar ainda continuar firme, o ritmo foi sendo esquecido pela mídia em geral.
No final dos anos 90, empresários do ramo musical perceberam no seu grande apelo popular uma grande oportunidade de lucro, e a partir daí surgiu o primeiro ídolo, já nos anos 2000, chamado Lairton, alcunhado de “Lairton e seus teclados”, que ficou conhecido com a música “Morango do Nordeste” (apesar da mesma não ser de sua autoria).
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