Com um gesto que parece contradição com seu próprio slogan de “Tradição e Prosperidade”, a administração do prefeito Flaviano Bonfim (União Brasil) demonstra cada vez mais o seu descaso com a cultura popular e os artistas locais. A decisão de não destinar recursos às tradicionais bandas marciais para o desfile cívico de 2 de Julho deixou a comunidade e entidades culturais em choque, reforçando a sensação de que a gestão prefere apagar a memória e o orgulho da história do município.
A ausência de apoio financeiro por parte da prefeitura inviabiliza a participação de diversas corporações musicais, que há anos fazem parte do momento cívico mais importante da Bahia. Essas bandas representam não apenas um patrimônio imaterial, mas também uma expressão de resistência, orgulho e identidade da população de Santo Amaro, região que foi palco de lutas pela independência do Brasil e do próprio estado.
A vereadora do PT, Luana Carvalho, foi uma das vozes mais contundentes nesse debate. Ela declarou que a decisão da gestão de Flaviano “atinge diretamente a cultura popular e a juventude que, com dedicação e esforço, mantém viva essa tradição tão significativa para todos nós”. Segundo ela, essa postura demonstra um completo descaso por parte do prefeito com a história local e com os artistas que fazem do 2 de Julho um verdadeiro espetáculo de cores, sons e sentimentos.
“Repudiamos veementemente essa atitude. É uma vergonha que a gestão de Santo Amaro prefira silenciar nossa cultura ao invés de apoiá-la. O prefeito diz que trabalha por ‘Tradição e Prosperidade’, mas esquece que sem nossas tradições, não há prosperidade verdadeira. Como vamos falar de desenvolvimento se não investimos na memória e na identidade do nosso povo?”, questionou Luana Carvalho.
A parlamentar acrescenta ainda que o verdadeiro espírito do 2 de Julho está na cultura popular, nas mãos de quem faz parte dessa história. “São essas bandas, esses grupos musicais, que representam o coração de Santo Amaro. E o pior de tudo é que o apoio dessas corporações não é por remuneração, mas por orgulho de fazer parte de uma história que é de todos nós.”
Ela também pede que a prefeitura reveja sua decisão e reconheça o valor das bandas marciais tradicionais. “Não podemos deixar que um governo que se diz defensor da cultura e da história continue a apagar nossa memória. Essas bandas merecem respeito, valorização e reconhecimento por sua contribuição na construção da identidade do povo de Santo Amaro.”
Para Luana, é hora de o povo cobrar uma postura mais responsável da gestão municipal. “O 2 de Julho é do povo, e o povo tem cultura, tem música e tem voz. É preciso que o prefeito Flaviano Bonfim enxergue isso e deixe de esconder nossa história ao cortar recursos e apoio às nossas tradições.”
Enquanto isso, a indignação cresce na comunidade. A ausência das bandas tradicionais promete deixar o desfile de 2 de Julho mais vazio e sem o brilho de sempre, uma consequência triste da negligência de um governo que parece não valorizar a própria origem.
Resta agora à sociedade civil, às entidades culturais e à própria história de Santo Amaro buscar espaços de resistência e esperança para que, neste 2 de Julho, a cultura não seja novamente silenciada.
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