Há quem mire na aposentadoria como o momento ideal para descansar e se afastar das rotinas agitadas e repleta de compromissos, mas com o aumento da expectativa de vida dos brasileiros, esse cenário tem mudado cada vez mais. Encontrando um novo gás na chamada terceira idade para adquirir novas habilidades e expandir os conhecimentos, algumas pessoas vão além, achando nesta fase da vida estímulo para encarar novos desafios e mudar completamente o rumo da carreira.
Este é o caso de Jehovah Pina Amarante, 74 anos completos em março, que voltou a estudar há cinco anos, conquistando, no segundo semestre de 2020, o diploma de bacharel em Direito. Sua colação de grau foi no mês passado, em 12 de maio. Depois de começar a trabalhar cedo, o ex-bancário não teve tempo para se dedicar aos estudos como gostaria. “Iniciei aos 15 anos, trabalhando no antigo Banco da Lavoura de Minas Gerais, que posteriormente se tornou Banco Real, e ao longo dos 33 anos que trabalhei lá fui de boy a gerente. Naquela época às coisas eram mais difíceis, trabalhávamos fins de semana, não tínhamos horário”, relata.
Jehovah admite que é grato à carreira de bancário já que através dela conseguiu oferecer o melhor para a família que construiu com sua esposa, Dalva Souza. Porém, ao longo do tempo, ele precisou abrir mão de muitas coisas, inclusive do próprio tempo para se dedicar a projetos pessoais.
Após a aposentadoria, com a agenda livre para iniciar novos planos e projetos, a ideia de iniciar uma nova graduação pegou familiares e amigos de surpresa. “Em 2015, resolvi prestar o ENEM e tive um bom desempenho. A partir daí decidi cursar Direito na Faculdade Batista Brasileira. As pessoas ficaram surpresas, mas eu segui em frente”, conta Jehovah, que também acabou se surpreendendo ao retomar os estudos. “De início pensei que minha bagagem de experiência profissional ia facilitar as coisas para mim, mas acabei tendo muita dificuldade no começo”, explica.
Confrontado pelo novo desafio após tanto tempo longe das salas de aula, Jehovah encontrou muitos obstáculos e precisou de otimismo e dedicação para contorná-los. Segundo um dos seus filhos, Anderson Amarante, na reta final do curso, a chegada da pandemia fez com que seu pai precisasse se adaptar ao mundo digital para alcançar o objetivo.
Via: Correio 24h
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