O Sinjorba está convocando os profissionais de imprensa para vestirem AZUL nesta quarta (19), Dia de Luta da categoria em defesa da vida. Além disso, é importante utilizar a hashtag #VacinaJa, nas redes sociais, especialmente nas publicações que fizerem referência à campanha da categoria.
Juntamente com o Sindicato dos Trabalhadores em Rádio e TV na Bahia (Sinterp) e a Associação Bahiana de Imprensa (ABI), o Sinjorba têm empreendido gestões junto às autoridades de saúde do Estado para incluir entre os segmentos prioritários na vacinação contra a Covid-19 os jornalistas e radialistas que estão na linha de frente do trabalho durante a pandemia.
O Decreto Federal 10.288, de 22 de março de 2020, no artigo 4º, incluiu a imprensa como serviço essencial durante a pandemia. Diz o texto: “São considerados essenciais as atividades e os serviços relacionados à imprensa, por todos os meios de comunicação e divulgação disponíveis, incluídos a radiodifusão de sons e de imagens, a internet, os jornais e as revistas, dentre outros”.
Porém, o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação, de janeiro de 2021, não incluiu os profissionais de jornal, rádio, TV, blogs e assessorias no rol das categorias prioritárias para a imunização contra a Covid. O mesmo vale para a gripe a H1N1, em cujo programa de imunização também estes profissionais não são indicados.
Para o presidente do Sinjorba, Moacy Neves, a imprensa é serviço essencial e, por isso, seus trabalhadores deveriam merecer dos governos proteção para exercerem seu ofício com segurança. “Os jornalistas e radialistas estão sendo chamados ao trabalho presencial, cumprindo pautas em hospitais, supermercados, filas de vacinação, estações de transporte, entre outros locais de aglomeração, além de ficarem em redações fechadas, com outros colegas, sem direito de se negarem à convocação”, diz ele.
Adoecimento e morte
Moacy diz que o preço pago tem sido alto à categoria. Levantamento preliminar feito pelo Sinjorba mostra que, na Bahia, mais de 300 jornalistas e radialistas contraíram Covid-19, com pelo menos sete mortes confirmadas e registros de repórteres que adoeceram mais de uma vez desde o ano passado. “Os números reais são bem maiores que estes, aos quais seguem-se outros – que estamos organizando-, de colegas com sequelas psicológicas e físicas, um drama para quem precisa encarar a doença de frente de novo, diariamente, na cobertura de pautas específicas ou gerais”, diz o presidente da entidade.
Já outro levantamento feito pela Fenaj mostrou que, até a primeira semana de abril deste ano, perderam a vida 169 jornalistas, vítimas da covid-19. A organização Press Emblem Campaign informou que em março/2021 o Brasil foi responsável por um a cada três jornalistas mortos pela doença no mês, com 47 mortes no país. Dados divulgados no final de abril pela mesma organização, que tem sede na Suíça, elevou a 194 o número de óbitos. A ONG ainda alertou que a idade das vítimas está sendo menor, quando comparada a de registros de casos anteriores. Quase a metade dos profissionais de imprensa que morreram no período observado tinha entre 40 e 60 anos.
Se jornalistas e radialistas são essenciais para trabalhar, se expondo à Covid-19, é lógico e consequente que deveriam ser prioritários para serem vacinados, diz o Sinjorba. “Espero que os secretários municipais e estadual de Saúde da Bahia tenham sensibilidade na hora de analisar nosso pleito pela vacinação”, reivindica Moacy Neves. Ele diz que o pleito não é um privilégio corporativo e sim o reconhecimento da exposição à doença no trabalho, como acontece com outras categorias de trabalhadores que já estão sendo vacinadas.
Via: Site Farol da Bahia
Foto: Gilberto Júnior/Farol da Bahia
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