O governador da Bahia, Rui Costa (PT), anunciou nesta segunda-feira (17) que proibirá a realização de festas durante o período junino para evitar um novo avanço da pandemia do novo coronavírus.
Este será o segundo ano seguido que o estado não terá festas de São João, data que movimenta todos os 417 municípios baianos e é marcada por grandes comemorações em cidades médias como Amargosa, Cruz das Almas e Senhor do Bonfim.
“Não permitiremos a realização de festas de São João em nenhuma cidade, nenhuma região da Bahia. Temos que ter responsabilidade neste momento. Fazer festa agora é desrespeitar a vida humana”, afirmou o governador baiano em uma rede social.
Além de emitir um decreto proibindo a realização de festas públicas e privadas no período, o governo da Bahia também vai suspender o transporte intermunicipal de passageiros durante as datas festivas.
A ideia é limitar ao máximo a circulação de pessoas no estado, a fim de evitar um aumento do número de contágios de Covid-19.
No ano passado, a Bahia viveu uma explosão de novos casos da Covid-19 em cidades do interior após o período junino.
Na ocasião, o governo do estado também emitiu um decreto proibindo as festas. Mesmo assim, muitas famílias mantiveram a tradição do reencontro: acenderam suas fogueiras e reuniram-se em comunidades rurais, sítios e casas nas cidades do interior do estado.
Dados da secretaria de Saúde da Bahia apontam que pelo menos 14 cidades tiveram um crescimento acima de 1.000% dos casos do novo coronavírus entre os dias 23 de junho e 07 de julho do ano passado.
Outros 178 municípios tiveram avanço de novos casos entre 100% e 1.000% no mesmo período, quando a média de crescimento total foi de 87,3% na Bahia e de 45,6% no Brasil.
As cidades que à época registraram forte crescimento nos casos de Covid-19 eram na maioria pequenas e não tinham infraestrutura para atendimento de pacientes graves da doença.
O cancelamento das festas deve gerar um novo baque financeiro na economia das cidades do interior. O governo estima que o São João movimente cerca de R$ 550 milhões na economia do estado.
Em 2019, apenas as prefeituras baianas investiram cerca de R$ 190 milhões em serviços relacionados às festas, como a montagem de estruturas, atividades culturais e contratação de artistas.
Já as 60 maiores festas privadas de São João, São Pedro e Santo Antônio arrecadaram cerca de R$ 110 milhões e atraíram cerca de 500 mil pessoas.
Além da perda na arrecadação, o cancelamento das festas também representará baixas do ponto de vista cultural, turístico e de geração de empregos.
As cidades baianas costumam gerar entre 40 mil e 50 mil postos de trabalho temporários no mês de junho
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