Sem água encanada, cerca de 10 famílias precisam usar todos os dias uma água imprópria para consumo na Fazenda Pedra D’água, no distrito de Jaguara, zona rural de Feira de Santana, a cerca de 100 quilômetros de Salvador. Segundo moradores, o carro-pipa foi enviado à comunidade pela última vez no ano passado.
Para ter acesso à água, os moradores caminham por cerca de 10 minutos até um açude da região. A trabalhadora rural e moradora da localidade, Maria Ribeiro Barbosa, conta que os reservatórios de água estão vazios e que usa a água imprópria para limpeza doméstica e até para beber.
“Eu estou bebendo dessa água, porque não tem outra. O tanque está seco, pra tudo está sendo essa água daqui, não tem outra próxima para pegar. No outro tanque nem pra lavar os pratos a água presta. A única melhor essa daqui, que a gente pega pra lavar prato e tomar banho. Não estou podendo carregar peso para pegar mais água”, conta.
Para encher os reservatórios da comunidade no período de seca e sem água encanada, um carro-pipa é enviado ao local. Porém, moradores dizem que não recebem água desde novembro de 2020.
“Nós não temos outra agora a não ser aquela do tanque que a gente pega pra tomar banho, ferve ela pra cozinhar. Nós ficamos dependentes da prefeitura. Fui à prefeitura, fiz o pedido e pediu pra aguardar, desde novembro. Tem gente aqui que está a mais de seis meses sem uma gota d’água”, relata João Barbosa, morador da comunidade.
Sobre a situação, o secretário municipal de agricultura, Pablo Roberto Gonçalves, informou que o abastecimento está sendo feito nesta quinta-feira (1º) em algumas comunidades do distrito de Jaguara, seguindo uma ordem de solicitação. Ele também informou que a previsão é de que em até oito dias, todas as localidades que precisam de abastecimento de água sejam contempladas com o carro-pipa.
Já o 35º Batalhão de Infantaria, que distribui água através de um programa do governo federal, informou que está sem receber os repasses da operação carro-pipa porque o Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2021 ainda não foi aprovado pelo Congresso Nacional.
Enquanto a situação não é resolvida, a trabalhadora rural Irene dos Santos, de 57 anos, precisa buscar água no açude todos os dias.
“Pego de manhã cedo porque está mais fresco. Quando o sol está quente demais, não tem quem aguente. Todos os dias pegando água. O balde é bem pesado, carrego na cabeça, porque na mão não aguento’, relata a moradora.
Já a também trabalhadora rural Silvana Ribeiro, conta que a água que ela utiliza para tomar banho não é adequada para consumo. “Quando tomo banho com ela, fico com o corpo todo cheio de mancha”, disse.
Via: G1
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