Tema: CELEBRAÇÃO A DIDI, UM MESTRE ALAPINI E ASSOGBA – Ancestralidade Viva e em Movimento
Aos 46 anos de história e resistência, o Afoxé Filhos do Congo apresenta, no Carnaval 2025, uma homenagem singular à ancestralidade e à transformação: o tema “Celebração a Didi, um Mestre Alapini e Assogba”. Inspirado na trajetória de Deoscóredes Maximiliano dos Santos – o Mestre Didi –, este ano o afoxé reafirma seu compromisso com a memória e a cultura afro-brasileira, celebrando um legado de sabedoria, arte e religiosidade que transcende o tempo.
Mestre Didi: Vida, Arte e Espiritualidade
Nascido em Salvador, em 2 de dezembro de 1917, e tendo partido em 6 de outubro de 2013, Mestre Didi foi muito mais que um sacerdote afro-brasileiro – ele foi um escritor, artista plástico e um verdadeiro transformador cultural. Filho de Maria Bibiana do Espírito Santo e Arsênio dos Santos, e neto de Oba Tossi, uma das fundadoras do Ilê Axé Airá Intilé, Mestre Didi construiu uma trajetória pautada na profundeza dos rituais e simbolismos do Candomblé.
Ao longo de sua vida, Mestre Didi desempenhou dois importantes cargos ritualísticos: Alapini e Assogba. Como Alapini, ele integrou o culto aos Egunguns, herdando uma tradição que remonta à formação dos terreiros e à luta pela abolição da escravatura no Brasil. Na função de Assogba, ligada ao vodoun Omolu – divindade que, junto com Nanã e Oxumarê, compõe o panteão da terra – Didi ressaltou a importância da morte como transformação, reafirmando a passagem vital do visível para o invisível, e o contínuo ciclo de ancestralização.
Ancestralidade e Transformação
Para a cultura Yoruba, a existência humana é compreendida na dualidade entre o Aye (mundo visível) e o Orun (mundo invisível), onde a passagem pelo “mercado” da vida culmina na transformação e retorno aos ancestrais. Essa concepção, central na trajetória de Mestre Didi, ressalta que a verdadeira morte não é o fim, mas a continuidade da vida na forma de ancestralidade, possibilitando que as futuras gerações herdem a força e a energia dos que vieram antes.
O legado de Mestre Didi, que se manifestou tanto na arte quanto na religião, reflete uma visão integradora em que ciência, sabedoria e espiritualidade se unem para regular a existência e promover a manutenção da humanidade e da cultura afro-brasileira. Essa unidade entre o sagrado e o cotidiano é, hoje, uma lição indispensável para a construção de uma educação emancipatória, inclusiva e disruptiva.
Programação do Afoxé e Informações do Desfile
O Afoxé Filhos do Congo reafirma seu papel de referência na preservação e divulgação da cultura de matriz africana. No Carnaval 2025, a celebração de Mestre Didi se materializará em manifestações que unirão arte, literatura e tradição ritualística, permitindo que o público vivencie uma experiência de ancestralidade em movimento.
Cronograma:
• Domingo (02): Saída às 16h, com ponto de partida na Praça Castro Alves.
• Terça-feira (04): Saída às 20h, a partir do Corredor da Vitória.
Além do desfile, a associação promete trazer novidades que reforçam a importância de valorizar as figuras e histórias negras, contribuindo para a memória e resistência cultural dos povos afro-brasileiros. Essa iniciativa também dialoga com os desafios impostos pelas Leis 10.639/03 e 11.645/05, reafirmando o compromisso do Afoxé com a educação e a celebração da identidade própria.
Sobre a Associação Filhos do Congo:
Há 46 anos, o Afoxé Filhos do Congo tem sido um símbolo de resistência, salvaguardando a cultura afro-brasileira e promovendo a emancipação cultural, financeira e educacional de homens e mulheres pretos. Com sede no final de linha da Boca da Mata – Cajazeiras, a associação atua na difusão da história e das tradições de origem africana, contribuindo para a construção de um Brasil mais plural e inclusivo.
Para mais informações e para garantir sua fantasia, acesse o Sympla do evento.
Celebre com a gente a ancestralidade em movimento e a eterna presença dos que, como Mestre Didi, transformaram a vida em arte, fé e resistência.
Link do SYMPLA:
https://bit.ly/carnavalfilhosdocongo2025
Instagram do Filhos do Congo:
https://www.instagram.com/filhosdocongo?igsh=MWNxZ2FkaWt6ZW85eA==
Afoxé Filhos do Congo lança segunda coleção da Moda AFROCONGO no Carnaval 2025, celebrando Mestre Didi
O Afoxé Filhos do Congo prepara um desfile marcante para o Carnaval 2025, unindo moda, memória e resistência. Neste ano, o tema do desfile homenageia Mestre Didi, uma das maiores referências da cultura afro-brasileira, enquanto a passarela da folia será palco do lançamento da segunda coleção Teresa de Benguela, dando continuidade ao projeto de moda sustentável e empreendedorismo comunitário da Moda AFROCONGO.
Mestre Didi: guardião da ancestralidade afro-brasileira
Deoscóredes Maximiliano dos Santos, o Mestre Didi (1917-2013), foi um sacerdote, artista plástico e escritor que dedicou sua vida à preservação e difusão das tradições africanas no Brasil. Filho de Mãe Senhora, uma das mais importantes ialorixás do Ilê Axé Opô Afonjá, Mestre Didi foi iniciado nos mistérios da cultura nagô desde a infância, tornando-se um dos mais respeitados líderes religiosos do país.
Como artista, Mestre Didi transformou símbolos e mitologias africanas em esculturas e instalações feitas de materiais naturais, como palha da costa, búzios e contas. Sua obra foi reconhecida internacionalmente e permanece como um elo entre o sagrado e o artístico, traduzindo a espiritualidade afro-brasileira em formas visuais de grande impacto. Também foi escritor e ativista, lutando pela valorização das religiões de matriz africana e pela preservação da identidade negra no Brasil.
No Carnaval 2025, o Afoxé Filhos do Congo leva para a avenida essa herança cultural, celebrando Mestre Didi como um pilar da resistência, da arte e da religiosidade afro-brasileira.
Ala Alapini: memória e espiritualidade na avenida
O destaque do desfile será a ALA ESPECIAL ALAPINI, responsável por conduzir essa grande frente cultural no Carnaval. Alapini é o título dado à liderança máxima dos sacerdotes do culto aos ancestrais dentro da tradição do candomblé Jeje-Nagô. Ele é o guardião dos mistérios dos Egunguns – espíritos ancestrais que retornam ao mundo dos vivos para aconselhar e proteger seus descendentes.
A escolha do nome para essa ala reforça o compromisso do Afoxé Filhos do Congo em honrar e preservar a memória dos grandes mestres e mestras da cultura negra, como Mestre Didi. Na avenida, a ALA ALAPINI reunirá amigos, simpatizantes e admiradores do legado afro-brasileiro, convidando todos a participar desse grande cortejo de celebração e resistência.
Moda AFROCONGO: a continuidade da memória e do empreendedorismo
Além da homenagem a Mestre Didi, o desfile será marcado pelo lançamento da segunda coleção Teresa de Benguela, resultado da experiência do Afoxé Filhos do Congo na criação de uma moda afro-brasileira que transcende o Carnaval. Inspirada na história deTeresa de Benguela – tema do desfile de 2024 –, a coleção reutiliza tecidos do ano anterior para confeccionar roupas, adereços, bolsas, ojás e tecidos para decoração.
A Moda AFROCONGO reforça o compromisso do Afoxé com o empreendedorismo comunitário e a economia solidária, transformando a criatividade coletiva em fonte de renda e identidade cultural. A coleção, assinada pela estilista Alice Pinto, será destaque no desfile da ALA ESPECIAL ALAPINI, trazendo para a avenida uma releitura do cotidiano dos quilombos e da ancestralidade africana.
Desfile e lançamento da coleção
O lançamento oficial da segunda coleção Teresa de Benguela acontecerá durante os desfiles do Afoxé Filhos do Congo no domingo e na terça-feira de Carnaval, reafirmando a importância da moda como expressão da resistência e do orgulho negro.
Evento: Lançamento da segunda coleção Teresa de Benguela – Moda AFROCONGO
Desfile: Afoxé Filhos do Congo – Carnaval 2025
Tema do Carnaval: Mestre Didi
Destaque: Moda AFROCONGO e empreendedorismo comunitário
Ala Especial: ALAPINI – guardiões da memória ancestral
Data: Domingo e terça-feira de Carnaval
Local: Circuito oficial do Carnaval de Salvador
Para mais informações e participação na ALA ESPECIAL ALAPINI, entre em contato com a organização do Afoxé Filhos do Congo.
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