Iniciada em novembro de 2020, a obra de reforma da ponte da Ilha de Bom Jesus dos Passos tinha previsão de conclusão em abril de 2021. Quase um ano depois do previsto, a ponte está pronta, mas fechada, dificultando o ir e vir dos moradores da ilha, uma das mais visitadas da Bahia de Todos os Santos.
Financiada pelo Prodetur Nacional Bahia, dentro do pacote de melhorias nas estruturas náuticas da BTS, o terminal turístico recebeu investimentos de R$ 2,5 milhões.

O atraso da entrega do equipamento para uso está revoltando a população, que cobra informações e transparência no processo, que, desde o inicio, foi tocado pela Secretaria de Turismo do Governo da Bahia e a Construtora Pejota, comentam os moradores, de forma nebulosa.
“Fizeram uma reunião para apresentar o projeto e não disseram que já era oficial para aprovação”, conta Vicente Barreto. “No projeto inicial havia proposta de reformar a praça, trocar iluminação e reparar o calçamento do entorno. Nada disso foi feito”, reclamou.

Estava previsto um ponto para embarque e desembarque de material. “Não tem nada disso. Pelo que a gente vê, só vai ser para passageiros. Os comerciantes não terão como movimentar produtos fundamentais para o funcionamento”, observou Thaiane Argolo.
Desde o fechamento da ponte para reforma, moradores e comerciantes usam um pier particular, que foi emprestado para que as pessoas pudessem entrar e sair da ilha.

Nesse local, não se pode transitar com mercadorias. Esse movimento é feito pelo pier onde fica armazenado todo lixo recolhido, a espera de ser levado ao aterro, em Simões Filho. “É muito sacrifício. Isso sem falar que o pier fica longe e a cada viagem de carreto pagamos mais do que a passagem de ônibus de ida e volta para Salvador, com ar condicionado e tudo” comparou Sinval Costa.
Nesses 15 meses sem a ponte principal, moradores e comerciantes reclamam dos prejuízos e dos problemas com mobilidade. “Meu pai tem 90 anos e tenho que levá-lo ao médico e ele não tem como caminhar pra tão longe”, reclamou Ana Lessa, reverberando a revolta da coletividade.
Outra questão de queixa é sobre o compromisso feito com os representantes do governo e Pejota, de contratar mão de obra local para serviços gerais e de vigilância. “Mandaram embora os daqui e contrataram gente de fora da ilha”, contou um ex-funcionário da obra, que prefere não se identificar.

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