Conheça a Ilha:
Ruas de paralelepípedo. Não há carros. Mas tem um monte de Flamboyant com flores laranjas. As casinhas, coloridas, não são numeradas. Águas calmas e mornas que começam transparentes e vão ficando azuis. A ilha de Bom Jesus dos Passos é um pedaço de terra cercado de tranquilidade por todos os lados. E não precisa pegar avião pra ter essa experiência quase caribenha: trata-se de um bairro de Salvador.
E se você se perguntou o que tem para fazer em Bonja (apelido carinhoso pelo qual alguns moradores se referem), se prepare. É a parte mais deliciosa desta reportagem: nada. Absolutamente nada. Há tempo de sobra para fazer tudo que mais importa na vida, como banho de praia, gargalhar pelas ruas, ficar de conversa mole na praça, admirar o pôr do sol, comer e beber bem.
História
Antes de ter o nome
atual, a ilha se chamava Pataíba Assú (madeira da palmeira pati em tupi
guarani). “Conta a tradição que ganhou esse nome depois de uma aparição
do santo no século XVIII. Originalmente, a ilha foi herdada por Rosa
Maria Teles do seu pai, um grande dono de engenho em Santo Amaro da
Purificação, no Recôncavo”, conta Lindomar Paixão na dissertação As
Ilhas de Bom Jesus dos Passos, dos Frades e Maré – Pequenos Territórios
Insulares de Salvador: Espaço, Lugar e Territorialidades. A pesquisa foi
o trabalho final do mestrado em Planejamento Territorial e
Desenvolvimento Social.
Ainda de acordo com o estudo, a igreja que abriga a imagem do santo envolve uma história sobrenatural. Foi construída depois que, numa noite de chuva, a imagem mudou de direção, como se estivesse apontando um local para a nova igreja. Rosa, então, ordenou a construção da nova igreja em 1766. Mais tarde, ela mudou seu nome, por devoção, para Rosa Maria dos Santos Passos. Ela não teve filhos e seus bens ficaram para a Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Passos, fundada por Rosa em 1815.
São 452.664 m², 1.465 habitantes e 393 domicílios (de acordo com o senso do IBGE em 2010). Tem água, energia, telefone e internet. Mas se, às vezes, o celular não pega bem na Pituba, imagine lá.
Todo segundo domingo de janeiro tem o acompanhamento marítimo de Nossa Senhora dos Navegantes. É o grande agito do lugar. Tipo do ano inteiro.
Como chegar
Pertencente ao
município de Salvador, ela está mais perto da também ilha de Madre de
Deus do que da parte continental da capital baiana. Para chegar lá é
preciso ir de carro até Madre, que fica a 63 km de Salvador (na BR-324,
pega a BA-522). Na rodoviária tem ônibus da viação Jauá saindo 11 vezes
por dia, o primeiro às 5h35, o último às 22h20. Para voltar há oito
opções diárias, começando às 5h20 e terminando às 20h. Cada trecho dura
1h40 e custa R$ 9,15.
Do terminal marítmo de Madre de Deus saem lanchas a cada meia hora, que atravessam em cerca de 10 minutos. De segunda a sábado até às 20h e domingo até as 18h. De Bonja para Madre idem, a diferença é que todo dia só vai até as 18h.
Fonte: Correio 24 Horas
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